No texto, a associação reclama de não ter a sua opinião ouvida. “A Prefeitura de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Políticas LGBT, não possibilitou aos membros da diretoria da Apoglbt o contato com os fornecedores de contratos. Apesar dos vários pedidos de reunião com os responsáveis para discutir dados técnicos dos eventos, não fomos atendidos”, afirma o manifesto.
Além da suposta exclusão das reuniões, que segundo nota seria “uma tentativa clara de se apoderar do que é do povo”, o manifesto também faz críticas em relação encerramento da Feira LGBT, evento que precede a Parada Gay e que este ano foi realizado no dia 1º maio.
Melchior |
Segundo a Apoglbt, a feira LGBT teria sido encerrada uma hora antes do previsto. Da mesma forma, a Parada Gay teria tido a sua passagem acelerada. A associação ainda apontou um comportamento desnecessariamente agressivo dos seguranças contratados pela Prefeitura.
O coordenador diz ainda os horários dos eventos foram cumpridos. “A feira LGBT e do show de encerramento [da Parada Gay] terminaram no horário previsto. A Parada começou com uma hora de atraso, a preocupação era que a Av. Paulista estivesse livre para transito às 18h, como programado pelo Ministério Público”, justifica o coordenador.
Melchior também respondeu à acusação de que a Prefeitura não respeitou o acordo feito previamente em relação às áreas reservadas e camarotes. Para o dirigente, foi Apoglbt que não cumpriu o combinado e usou os espaços de maneira inadequada.
“A associação forçou a entrada de parentes, amigos, namorados e quando já havia mais de 500 pessoas na área reservada do palco, a Guarda Civil, a Polícia Militar e o próprio produtor do evento contratado pela associação não permitiram mais a entrada de pessoas ou o retorno de quem saísse, fossem eles da associação ou da Prefeitura,” apontou Melchior.
Na visão do coordenador, o principal problema Apoglbt é o seu conselho gestor. “ Empresas e veículos dedicados ao público LGBT deixaram de participar do evento por discordarem da gestão. O próprio Conselho Municipal LGBT discorda de como o evento tem acontecido”, denuncia Melchior.
“A Parada é um movimento social importante e deve ser mais representativo para todos, não apenas para aquele primeiro grupo que organiza. É preciso convocar uma planária, boa, grande, com movimento social, pessoas de diversos grupos para repensar a Parada, tanto no formado quanto no financiamento”, finaliza Melchior.
Quaresma |
Depois da publicação desta reportagem, o presidente Apoglbt Fernando Quaresma procurou o iGay para informar que tentou um contato prévio com a Prefeitura antes de divulgar o manifesto, mas que não obteve retorno das autoridades municipais.
Segundo Quaresma, esta não foi a primeira vez que governos e empresas tentaram assumir o evento. “Na verdade não é uma questão nova, já aconteceu outras vezes. As pessoas acham que a Parada é um evento rentável, já tentaram até colocar abadá. Mas não é assim, a Prefeitura sede a infraestrutura, mas lucra com o turismo e movimentação da economia, além de ser uma plataforma política.”
Sobre as críticas de Melchior de que a associação não é aberta críticas, Quaresma diz: “A associação da Parada está sempre aberta, mas são poucos que querem 'carregar o piano'. O pessoal se aproxima na época do evento, um, dois meses antes, e depois desaparece. As pessoas que estão aqui são as de desde o começo, que continuam tocando a diante”, conclui o presidente Apoglbt.
Lembramos que segundo a Policia Militar de São Paulo, a Parada desde ano contou com apenas 100 mil pessoas, numero questionado pelos organizadores e que mostram uma redução drástica no público desta que já foi a maior Parada Gay do Mundo.
Com informações:IG
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