“Richarlyson em boate gay... Até quando vamos aguentar isso?” Com este título na matéria publicada no seu site, a torcida organizada Dragões da Real, do São Paulo Futebol Clube, critica – homofobicamente – a informação de que o jogador Richarlyson esteve no clube GLS A Loca no último domingo, 23, em São Paulo.
“Não é de hoje que esse traste suja a imagem sacrada (sic) do São Paulo Futebol Clube com seu jeito afeminado”, diz o site Dragões da Real. O texto publicado não é diferente do discurso homofóbico dos fundamentalistas religiosos. A diferença é que envolve o futebol.Mas são as crianças que são lembradas nesta hora de homofobia futebolística. “Hoje em dia, muitas crianças estão com VERGONHA de dizer que são são-paulinos justamente porque logo são chamados de bambis e de Richarlyson. Será que nossa diretoria vai ver um jogador homossexual mediano manchar a imagem do clube sem fazer nada?”, questiona o texto.
Sobrou para o Corinthians – O site oficial da torcida afirma que o jogador tem contrato de imagem com o São Paulo F.C e que deve honrá-lo. Caso contrário, deveria sair do time e se juntar ao jogador Ronaldo, no Corinthians. “Agora já chega! Ou o cara tem postura e honra o Contrato de Direito de Imagem que tem com o clube ou pede para sair e vai lá para aquele time sem estádio, pois o Rei Momo que é estrela principal deles adora sair com travesti...”, conclui o texto. Enquanto eles rosnam, Richarlyson bate bola, canta, dança e se diverte. E o que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) pode fazer com esta perseguição ao jogador são-paulino?
DECRADI - Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância
Atividades: recebe denúncias, faz pesquisa, patrulhamento, inquérito e investigação de casos de intolerância. Endereço: Rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar, Luz - São Paulo - SP; Atendimento: das 9 às 19h. Telefone: (11) 3311 3985 - Fax: 3315 015; E-mail: delitosintolerancia@ig.com.br ou dhpp@policiacivil.sp.gov.br.