sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PROFESSOR DA UFMA DIZ SER VÍTIMA DE HOMOFOBIA POR PARTE DE ALUNOS

O professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Glécio Machado Siqueira, de 36 anos, diz ser vítima de discriminação por homofobia por alunos do Campus deChapadinha, na região leste do estado Maranhão. O caso aconteceu no mês de outubro.
Em entrevista ao G1, o docente, que dá aulas de física e biofísica para estudantes dos cursos de biologia, engenharia agrícola e zootecnia, afirmou que três alunos de uma turma estariam insultando-o durante as aulas e que já houve uma tentativa de agressão dentro do banheiro masculino da universidade.

"Os estudantes envolvidos usaram palavras de baixo calão, inclusive 'bicha', além de terem dito que os títulos de mestre e doutor foram conquistados em troco de favores sexuais. É lamentável que um estudante não só use palavras de baixo calão, como também, perante os colegas de sala, desafiem minha competência. Não se trata de questionar ou não a metodologia de ensino, o que não se pode é, a pretexto de fazê-lo, achincalhar a formação profissional e a honra do professor", explica.

Por causa da tentativa de agressão, o docente estaria sendo obrigado a utilizar o banheiro feminino da instituição. "Quando estava usando o banheiro, um dos estudantes, ao me ver, saiu aos chutes pelas paredes dizendo que o banheiro era de homens e que bichas deviam fazer suas necessidades no mato. Quando comuniquei tal fato à Coordenação do curso, me foi sugerido tirar uma cópia da chave do sanitário das professoras", relata Glecio.

O professor procurou um advogado, registrou boletim de ocorrência e já comunicou o caso à UFMA. "A Coordenação do Curso de Engenharia Agrícola e de Agronomia foram avisados do ocorrido por meio de ofícios. A Pró-reitoria de Ensino (PROEN) e a Ouvidoria da UFMA foram informados por meio de e-mail, mas ficaram jogando a responsabilidade de apuração do caso uma para outra", diz o advogado Thiago Viana, que é presidente Comissão da Diversidade Sexual da OAB/MA.

"Foi ajuizada ação por danos morais contra um dos estudantes, por meio de advogado particular, e uma queixa-crime, por injúria e difamação, contra os três estudantes envolvidos, patrocinada pela nossa CDS - OAB/MA. O Boletim de ocorrência foi registrado em 18 de outubro e o termo circunstanciado de ocorrência no último 06 de novembro", completa o advogado.
Repercussão
O deputado Jean Wyllys (PSOL), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT e titular da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, afirmou, por meio de postagem divugada em sua página oficial no Facebook, que recebeu a denúncia do professor nessa quinta-feira (27).
"Recebemos, hoje, a denúncia do professor Glecio Machado Siqueira, do Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da UFMA - Universidade Federal do Maranhão [Oficial], de uma situação muito triste e que, infelizmente, ocorre em diversas instituições de ensino que não se pautam na garantia de um ambiente livre de toda forma de discriminação a professores e alunos", diz o deputado.
O parlamentar afirma que cobrará posicionamento ao reitor Prof. Dr. Natalino Salgado Filho. "Para que esta situação não ocorra novamente, nem seja entendida como uma regra entre os alunos. Esta é uma luta que vai além da questão do mútuo respeito; ela é estrutural, e precisa ser combatida!", conclui.
UFMA
Em nota encaminhado ao G1 nesta sexta-feira (28), a Administração Superior da UFMA diz que repudia qualquer tipo de discriminação e que está apurando os fatos para decidir quais providências serão tomadas.
Fonte:G1

terça-feira, 25 de novembro de 2014

CHINA TERÁ CERCA DE 40 MILHÕES DE HOMOSSEXUAIS

A população homossexual chinesa rondará os 40 milhões, segundo estimativas citadas esta segunda-feira por um jornal oficial a propósito do sucesso da “Blued”, a primeira aplicação (‘app’) da China para promover a cultura ‘gay’, lançada há dois anos.
Aquele número equivale a apenas 3% da população chinesa, mas representa um acentuado aumento em relação ao que era habitualmente estimado.
A atitude de Tim Cook, CEO da Apple, que há cerca de um mês se assumiu publicamente como homossexual, “foi um grande encorajamento”, disse ao China Daily o fundador daquela ‘app’, um antigo polícia chamado Geng Le.
Com 15 milhões de utilizadores registados e visitada diariamente por três milhões de pessoas, a “Blued” é considerada a mais popular aplicação para homossexuais do mundo inteiro.
A “Blued” já conseguiu um investimento de 30 milhões de dólares para melhorar os seus serviços, nomeadamente a criação de uma rede para lésbicas, e está a planear mesmo uma OPV (oferta pública de venda), disse o China Daily.
A OPV “celebrará cultura ‘gay’ e negócios e, mais importante do que isso, demonstrará a crescente tolerância social no país”, afirmou Geng Le.
Até 2001, a homossexualidade fazia parte da lista de perturbações mentais identificadas pela Sociedade Chinesa de Psiquiatria.
Num estudo divulgado em 2010, um investigador da Universidade de Qingdao, Zhang Beichuan, estimava que haveria na China cerca de 30 milhões de homossexuais, entre os quais 10 milhões de lésbicas.
Fonte:O Observador

TRAVESTIS REVELAM ROTINA DE ABUSOS EM UNIDADES PRISIONAIS ONDE NÃO HÁ 'ALA GAY'

“Travesti responsável por comercializar drogas. A primeira palavra que eles puseram no meu B.O. (boletim de ocorrência) foi travesti. A sociedade em si discrimina muito”. Com essa fala, a transexual feminina Liz Vitoi, de 26 anos, irrompe a tela do premiado documentário A ala, do jornalista Fred Bottrel, que estreou semana passada. Com cachos longos e louros, eleita Miss Trans Prisional, Liz revela detalhes sobre a rotina da ala criada especificamente para homossexuais no Presídio de Vespasiano, na cidade de mesmo nome, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

“Se cortarem meu cabelo, eu me mato”, avisou Liz, ao ser recolhida por furto na cela masculina de uma cadeia do interior mineiro. Na época, ela se rebelou contra o procedimento padrão para homens presos, que exige raspar a cabeça, eliminar adereços, cortar as unhas e vestir o uniforme da prisão. Ela e outros 105 presidiários em Minas Gerais assinaram um termo de reconhecimento de homossexualidade, 
como forma de se proteger da homofobia dentro das celas. 


Sessenta e um dos homossexuais estão na prisão temporária, em Vespasiano. O restante cumpre pena em regime fechado em São Joaquim de Bicas, na primeira “ala gay” do país, criada em 2009, que continua em funcionamento. A tentativa de fazer o mesmo no estado da Paraíba não foi para frente. Este ano, resolução da Secretaria Nacional de Direitos Humanos determinou a ampliação da medida para todos os presídios do país.
MUTILAÇÃO 
Uma das inspirações para o surgimento da “ala gay” em Minas foi o contundente depoimento da travesti Vitória Rios Fortes, de 28, enquadrada por tráfico em 2009. “Eu era obrigada a ter relação sexual com todos os homens das celas, em sequência. Todos eles rindo, zombando e batendo em mim. Era ameaçada de morte se contasse aos carcereiros. Cheguei a ser leiloada entre os presos. Um deles me ‘vendeu’ em troca de 10 maços de cigarro, um suco e um pacote de biscoitos”, denuncia Vitória, que passou a mutilar os braços para chamar a atenção da diretoria da penitenciária na época. 

“Tenho uma cabrita para treta” é a espécie de 
senha usada entre os presos das unidades carcerárias para homens, quando alguém dentro da cela se referia aos serviços prestados pelo preso com outra orientação sexual. “Fiquei calada até o dia em que não aguentei mais. Cheguei a sofrer 21 estupros em um dia. Peguei hepatite e sífilis. Achei que iria morrer. Sem falar que eu tinha de fazer faxina na cela e lavar a roupa de todos. Era a primeira a acordar e a última a dormir”, desabafa. 

“Dentro das cadeias, as travestis são usadas como moeda de troca entre os presos”, compara Walkíria La Roche, coordenadora de Diversidade Sexual do governo de Minas. Ela conta ter ficado quatro dias sem dormir depois de ouvir relatos semelhantes aos de Vitória, em visitas aos presídios. Com a equipe, passou a conceber um projeto capaz de proteger a integridade física das prisioneiras no estado. “Muitos evitavam declarar a homossexualidade dentro da prisão para não sofrer preconceito. Nem todo gay é afeminado, mas as travestis e transexuais já trazem isso no crachá”, compara. Na resolução 
federal
, esses gêneros podem optar por ser transferidos para unidades prisionais femininas. Nos outros casos, é também opção do preso declarar-se ou não homossexual.
Realidade em FILME

As falas de travestis, drag queens e transexuais costumam ser exploradas em programas de humor, memes na internet e bordões de stand ups. Em seu documentário de estreia, o jornalista Fred Bottrel, conta que a primeira parte de A ala conseguiu arrancar risos da plateia no Festival Mix Brasil de Cinema da Diversidade, em São Paulo. Na segunda parte, porém, o efeito foi de choque. “As pessoas estão habituadas a rir das travestis, mas houve um momento de parar e começar a entender que não é tão legal assim quando a travesti conta que a mãe foi morta na frente dela, quando tinha 14 anos”, afirma o diretor.

Apesar de revelar passagens trágicas da vida delas, os presidiários continuam brincando com as situações ao longo do documentário. “Não há problema em rir daquele que é diferente, desde que não seja por se sentir superior a ele. Com a exibição do documentário, a gente está aprendendo a rir delas, junto com elas. O melhor é poder rir com consciência”, ensina o jornalista mineiro, que trabalha no Correio Braziliense,dos Diários Associados, em Brasília.

Fred Bottrel gastou cerca de seis meses com a produção do documentário, que explorou um tema mantido em certo sigilo dentro do próprio sistema prisional. “Como é que ninguém nunca se interessou por ouvir essas pessoas? Elas merecem ser ouvidas”, defende
 o jornalista. Em maio, ele esteve em Minas para as gravações. O curta ficou pronto em junho. Na sua primeira exibição, faturou prêmio de melhor documentário pelo júri popular e menção honrosa pelos jurados do festival.
Palavra de especialista

Carlos Magno, 
presidente da ABGLT 

Vulnerabilidade permanece


“Na verdade é uma medida paliativa frente a uma situação de vulnerabilidade da população em privação de liberdade no Brasil. Se a dignidade humana estivesse sendo respeitada nos presídios, não seria necessário ter ala específica para LGBT. 
continua existindo abuso de heterossexuais com heterossexuais nas cadeias. Com os homossexuais, a vulnerabilidade é maior. Não há só uma relação de poder estabelecida, mas também de preconceito que leva à violência física. É aquela coisa do ‘vamos abusar de você para você aprender a virar homem’. É um absurdo”
Com informações: O estado de Minas

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

PAI É AJUDADO EM FÓRUM ONLINE AO DESCOBRIR QUE FILHO É GAY

Se você descobrir que seu filho é gay sem que ele te conte, o que você faria? Sem saber COMO conversar com o filho sobre sua orientação sexual, um homem pediu ajuda para usuários do fórum Reddit. A sua preocupação em ajudar o adolescente que não se abria com ele comoveu várias pessoas que decidiram o ajudar.

Ele postou: "Eu descobri que meu filho de 13 anos é gay. Ele não me contou, mas quero apoiá-lo. O que posso fazer?"
O homem conta que ficou agoniado ao encontrar no histórico de buscas do browser, no iPad do rapaz, frases COMO “sou gay, o que faço agora?”.
Foi então que resolveu ENTRAR no fórum com o desabafo:
“Tenho 38 anos, e sou um pai solteiro de um garoto de 13 anos, 14 daqui a quatro meses. Outro dia eu pedi o iPad dele emprestado, e ele deixou que eu o usasse. Depois da primeira busca que fiz no Google, percebi que ele havia esquecido de apagar seu histórico, e várias das buscas que ele realizava seguiam a linha “sou gay, o que faço agora?”. Eu o amo não importa o gênero [da pessoa] que ele ame. Para falar a verdade, quando eu era pouco mais velho que ele, tive alguns casos com outros caras, o que meu filho não sabe. Então eu o apoio 100%. Ele me parece um pouco deprimido nos últimos tempos, não tem se comportado de maneira tão alegre quanto de costume, e eu quero desesperadamente contar para ele que eu o amo, independentemente da sua sexualidade. Quais são minhas opções? Devo esperar até que ele me conte? Devo tocar no assunto? Estou preocupado que, se eu não toque no assunto, ele CONTINUE se preocupando com isso sem necessidade. Obrigado”.
MAIS de 300 comentários foram publicados no post para tentar ajudar o pai em apuros. Daí começaram a aparecer sugestões.
Um pai que passou pela mesma experiência deixou seu conselho: “Você não pode deixar o medo do que irá acontecer impedi-lo de fazer o que precisa ser feito”.
Outro usuário anônimo disse: “Você sempre pode tentar uma tática tão sutil quanto um trator e perguntar para ele o que ele pensa sobre casamento gay ou qualquer outra coisa quando você dois estiverem ouvindo sobre isso na TV ou no rádio. Ele ficará desconfortável e não responderá GRANDE coisa, então você poderá compartilhar sua opinião e deixar claro que, sendo gay ou hétero, você o amará incondicionalmente”.
Uma SEMANA se passou e o pai retornou ao fórum para contar o desfecho da história.
“Muitos sugeriram que eu deveria dar dicas de que eu não vejo problema em ter um filho gay, mas deixar ele falar por conta própria as palavras ‘eu sou gay’, o que eu achei uma ótima ideia. Comecei a conversar com ele sobre as notícias em geral. Por exemplo, falei o quanto incrível era o Tim Cook (CEO da Apple) se declarar gay, e perguntei o que ele achava disso. Eu esperava que ele desse uma resposta normal de adolescente, como “é… boa” ou algo assim, mas, na verdade ele me respondeu com detalhes, o que eu achei excelente, porque, pela primeira vez em muito tempo, tive uma conversa com meu filho que foi realmente gratificante. Eu também queria falar para ele que eu percebi que ele não tem se comportado de forma tão alegre como de costume, então eu soltei todo aquele clichê: “Eu te amo de qualquer jeito, eu só quero ver você feliz”, mas, dessa vez, não consegui uma reação muito além de “é, eu sei”. No dia seguinte, quando eu fui buscar ele na escola, resolvi perguntar sobre as PAQUERAS dele, e fiz questão de não usar palavras que indicassem gênero. Em vez de “ele” ou “ela”, usei termos genéricos."
E então a conversa foi da seguinte forma:
Pai: Então, você está afim de alguém?
Filho: Hmmm, não… Talvez.
Pai: Uaaaaau, quem é a pessoa de SORTE?
Filho: É só alguém da minha aula de francês…
Pai: Certo… E o que você curte nessa pessoa?
Filho: Ah, coisas.
Pai: Ok, mas tipo o quê?
Filho: Sei lá, uns negócios legais.
O pai conta que, no mesmo dia durante o jantar, houve alguns minutos de silêncio, e o adolescente disse: “Na verdade, eu queria te contar uma coisa no carro, mas eu fiquei com medo de provocar um acidente. Eu sou gay”.
Foi então que o pai respondeu: “Você sabe que eu amo você muito, certo?”. Ele se levantou e deu um forte abraço no filho e os dois caíram em lágrimas. 
"Depois do jantar, nós dois nos deitamos no sofá de pijama, enquanto eu assistia a um programa no COOKING Channel e ele jogava em seu iPad. Eu estava com um braço em volta dele, e ele apoiou a cabeça em meu peito, e tudo que eu pensava era que eu era o pai mais feliz do mundo naquele momento”.
Fonte: O Tempo