Dizeres homofóbicos espalhados pelos banheiros da Universidade Federal
do Espírito Santo (Ufes), em Goiabeiras, têm gerado revolta dentro da
instituição. Na última terça-feira (23), às vésperas do II Seminário
Nacional de Educação, Diversidade Social e Direitos Humanos, a frase
"Homossexuais de merda. Morram todos!", foi escrita em vários cartazes e
distribuídos nos banheiros, deixando claro que o preconceito ainda é
grande contra LGBTs.
A cena chocou o estudante do 9º período de História, Ronam Barreto, de
23 anos, que se deparou com um dos cartazes, fez o registro e enviou ao
site Gazeta Online.
"Cheguei para apresentar um trabalho e me deparei com essa mensagem
ofensiva. Como se não bastasse esse cartaz que registrei, existem outros
ainda piores espalhados pela universidade. Uma situação lamentável e
condenável", desabafou.
Agressão
De acordo com o universitário, os ataques não se limitam às frases
preconceituosas. "O pior ocorreu quando eu montava minha apresentação no
Laboratório de Informática. Um colega de sala veio desesperado em minha
direção e relatou ter sido agredido dentro de um coletivo municipal por
um estudante da Ufes. O ônibus estava cheio e havia apenas alguns
assentos livres. Ele se sentou e o outro rapaz começou a agredi-lo com
um soco inglês só porque era gay. É um absurdo", contou.
Ronam ainda lembrou que, por motivos banais, atos de preconceito são
praticados no campus. Segundo ele, basta ter um comportamento diferente
do que os preconceituosos entendem como correto. "Não temos liberdade
nem para usar uma roupa que gostamos, pois já somos agredidos
verbalmente, quando não fisicamente. Tudo isso na semana que promove a
integração entre pessoas e que debate justamente a homofobia. Faremos
uma carta de repúdio e leremos ao longo do evento", criticou.
Ufes
Em resposta ao caso denunciado pelo internauta ao site Gazeta Online,
a Administração Central da Ufes condenou o ato manifestado por meio da
frase homofóbica, e, providenciou, de imediato, a retirada dos cartazes.
Entretanto, salientou não ser possível identificar o autor porque não
há câmeras de monitoramento instaladas nas dependências próximas ao
banheiro.
A Administração Central destacou ainda que a universidade defende a
diversidade, possibilitando o debate sobre todas as questões. Prova
disso é que promove e sedia, esta semana, o II Seminário Nacional de
Educação, Diversidade Sexual e Direitos Humanos.
Qualquer membro da comunidade acadêmica que se sentir lesado com
situação semelhante pode procurar a Ouvidoria, localizada no Centro de
Vivência.
Fonte:Gay1