A estudante Mayara Petruso, que bem gostaria de levantar uma muralha para separar o Nordeste do restante do país, por ironia, nasceu no mesmo ano em que os alemães puseram abaixo o Muro de Berlim e a saudade que separava um mesmo povo entre capitalistas e comunistas - 1989.
Depois dos comentários preconceituosos feitos na internet, Mayara sumiu na mesma velocidade com que excluiu seus perfis nas redes sociais. Na madrugada de segunda, logo após a eleição de Dilma Rousseff (PT), ela pregou a morte de nordestinos no twitter. “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”, escreveu.
A repercussão negativa das declarações fez Mayara se esconder. Desde o episódio, ela não aparece na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), em São Paulo, onde cursa, à noite, o sexto semestre de Direito. Segundo a assessoria da instituição, os alunos não realizaram manifestações nem de apoio nem de repúdio à estudante.
Processo O Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, recebeu ontem a denúncia-crime encaminhada pela Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco. A entidade pede a punição por racismo e incitação ao crime. A pena é de dois a cinco anos de prisão e pagamento de multa.
A procuradora responsável pelo caso é Melissa Abeu e Silva. A equipe técnica do MPF fará um laudo sobre as manifestações de Mayara. O documento ficará pronto na próxima semana e fará parte do inquérito.
Correio da Bahia