A realização da 13ª Parada pela Diversidade Sexual no Ceará, conhecida como Parada Gay, que acontece neste domingo, 24, está causando divergências entre os organizadores do evento e boates GLS, que se negaram a participar do evento. A polêmica foi gerada devido ao fato de que algumas casas noturnas foram impossibilitadas de colocar trios elétricos na avenida Beira Mar, que recebe a festa.
A proprietária da boate Meet Music & Loung, Paula Roberta, divulgou nota lamentando o ocorrido, pois seria o quinto ano com trio na avenida. A boate procurou o Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), que organiza o evento, e foi informada de que o prazo para apresentar documentação já havia acabado. A assessoria de imprensa da Meet informou ao O POVO Online que o Grab não teria formalizado prazo para que a participação fosse formalizada.
A Meet reconheceu que procurou o Grab poucos dias antes do evento, mas que isso aconteceu porque não havia certeza se a boate iria participar. Para o estabelecimento, houve desorganização por parte da ONG, que não teria enviado a programação do evento. Ainda segundo a assessoria da Meet, o Grab demonstrou “má vontade” para receber a documentação.
A boate Music Box também divulgou uma nota de pronunciamento sobre o caso. A empresa reconheceu que a burocracia em torno do evento é necessária, mas “excesso inviabiliza os investimentos”.
O estabelecimento divulgou que os custos para se colocar um trio na avenida é de cerca de R$ 20 mil, se somados aluguel de trio, combustível, ornamentação, equipamentos específicos de som e iluminação, contratação de seguranças, DJs, técnicos de som, além de todas as taxas e licenças necessárias.
Justificativa
Em contato com a redação do O POVO Online, o diretor do Grab, Adriano Caetano, disse que desde quando o evento é organizado, os estabelecimentos comerciais GLS são convidados a participar. Porém, neste ano a intenção era que não houvesse grande adesão do público de boates. “Há um incentivo para o evento ser mais politizado e com militantes trazendo para a avenida o que está em debate”, justificou.
Além disso, de acordo com Adriano, algumas casas noturnas procuraram a organização com atraso, e, por isso, não foi possível inserir os trios elétricos no evento. “Foi solicitado que os trios estivessem todos confirmados no dia 12 de junho. A Meet só nos procurou nesta segunda-feira (20)”, explicou Adriano.
Segundo Adriano, a participação deve ser informada com antecedência, já que a ONG tem de apresentar toda a programação e nomes dos trios participantes para o Comando da Polícia Militar e Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania de Fortaleza (AMC).
Fonte: O Povo