Cinco adolescentes agrediram três gays na Av. Paulista na manhã de domingo, 14. Dos agressores, quatro são menores de idade, entre 16 e 17 anos, e um de 19 anos. A primeira agressão do grupo de amigos homofóbicos aconteceu contra os dois rapazes na altura da estação Brigadeiro do metrô, por volta das 7h.
Conforme informou o R7, os dois jovens foram feridos com socos e pontapés. Um deles conseguiu fugir para a estação do metrô. O outro foi bastante ferido e encaminhado para o Hospital Oswaldo Cruz, no bairro Vergueiro.
Conforme os agredidos e testemunhas, os agressores gritaram durante o ataque: “Suas bichas, vocês são namorados. Vocês estão juntos". Já o terceiro agredido foi o estudante de jornalismo Luis Alberto, 23.
Segundo ele, um dos agressores o chamou e, quando ele se virou, foi atingido por uma lâmpada florescente, que estava em uma lixeira próxima ao local. A polícia foi chamada por um radialista de 34 anos, que passava pelo local. Presos, os agressores foram encaminhados ao 5º Distrito Policial, no bairro da Aclimação. Segundo o delegado Alfredo Jang, a motivação parece ter sido mesmo a homofobia. “Foi uma violência gratuita, covarde e sem possibilidade de defesa”, disse Jang.
Familiares dos agressores estavam na delegacia. Apenas a mãe de um deles comentou o caso. Trata-se da publicitária Soraia Costa, 37. Segundo ela, os agressores – inclusive seu filho – estudam em uma escola do bairro Itaim Bibi, área nobre paulistana. Para justificar a ação violenta do filho de 16 anos e dos demais jovens ela disse: “Todos são crianças. Estão chorando. Foi uma atitude infantil. A palavra para descrever o que sinto não é vergonha, mas estou sensibilizada porque os meninos estão machucados”, disse a mãe do adolescente homofóbico.
Os menores agressores foram encaminhados para a Fundação Casa. O maior de idade foi indiciado por lesão corporal gravíssima e formação de quadrilha. De acordo com o delegado os jovens não fazem parte de grupo de skinheads. “São brancos, saudáveis, usam roupas normais e não têm tatuagens”, disse o delegado Jang.
Para justificar a agressão gratuita, os jovenzinhos homofóbicos e filhos de papai e mamãe, disseram que agrediram os gays porque foram "cantados". O pai de um dos agressores mostra a postura dos filhos diante do que declarou. Segundo afirmou, cogita a possibilidade de processar o gay que teria dado a "cantada" no seu filho por aliciamento de menores.
No entanto, se eximiu das suas responsabilidades do que prega o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que pune pais que deixam os filhos menores de idade na rua após às 22h. Os advogados dos burguesinhos homofóbicos vão dar entrada de um pedido na Vara da Infância e Juventude que não entre com o pedido de custódia, ou seja, de prisão dos adolescentes.
LIBERDADE PARA OS HOMOFÓBICOS COVARDES!
Os quatro adolescentes que agrediram três homossexuais na manhã de ontem, 14, na Av. Paulista, foram liberados na tarde desta segunda-feira, 15, após permanecerem até então na Fundação Casa (antiga Febem). O quinto jovem agressor é Jonathan Lauton Domingues, 19, e também foi liberado. Ele responderá pelos crimes de formação de quadrilha e lesão corporal gravíssima em liberdade.
De acordo com a justiça, os jovens homofóbicos foram liberados por serem réus primários e por considerar que houve uma briga entre jovens. Com isso, o caso será considerado lesão corporal. Na defesa dos quatro menores, o advogado Orlando Machado alegou que a agressão não se tratava de homofobia, mas uma reação a uma paquera de um dos agredidos.
"Houve, sim, uma paquera de uma das vítimas para um dos menores, e eles [os demais amigos] não concordaram", disse o advogado, que não explicou como a gangue homofóbica agrediu outro jovem gay 200 metros após as agressões às duas vítimas, ou seja, Otávio Dib Partezani, 19, e Rodrigo Souza Ramos, 20. A terceira vítima foi Luiz Alberto, 23.
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