“Até agora, nada de ajuda, estivemos no consulado e disseram que não faziam remoção de corpo, o Itamaraty respondeu a mesma coisa. Isso foi na quinta (12), até agora estou aqui aguardando e nada de reposta”, disse Maria Cristina Moraes, de 44 anos.
Consultado pelo G1, o Ministério das Relações Exteriores afirma que não comentaria nada sobre o caso.
Na Espanha há quatro anos, Odycleidson Moraes do Nascimento, conhecido como Kekeo, foi assassinado há cerca de uma semana, no dia 5 de dezembro, na casa em que morava, que pertence ao padre espanhol que o levou ao país. A mãe diz que ela e o filho foram enganados pelo padre, que conheceram em Salvador, e disse ter mulher e enteadas brasileiras.
O padre teria oferecido emprego ao jovem na Espanha e prometido que isso lhe daria um visto permanente em cerca de um ano: depois ele poderia voltar para o Brasil e trabalhar na Espanha no verão, quando é alta temporada. O brasileiro, no entanto, estava ilegal no país desde que chegou e tentava conseguir o visto por meio de um advogado.
“Na casa desse homem ele arrumava, limpava as coisas, descia para comprar comida para esse vagabundo. Ele fazia trabalho escravo, por uma dormida e por uma comida”, afirmou, se referindo ao padre Jaume Reixach. Ela diz que o filho trabalhava em um pizzaria para ter dinheiro.
Maria Cristina está na Espanha desde terça-feira (10) em busca de uma maneira de trazer o corpo do filho para o Brasil e tem passagem marcada para voltar em 11 de janeiro. Ela pensa em criar uma conta doação para receber o dinheiro, estimado em R$ 21 mil, para trazer o filho. “Não vou aceitar enterrá-lo aqui porque ele é brasileiro”, diz.
Noiva espanhola
Segundo o jornal espanhol “El País”, Odycleidson teria sido morto a facadas por um filipino, que confessou o crime e disse ter matado o brasileiro por ele dizer que sua mulher e sua filha participavam de orgias na casa do padre. O filipino também teria sido trazido à Espanha pelo padre, há 18 anos, e afirmou que tinha relações sexuais com ele por dinheiro e que para isso, se drogava.
Segundo o jornal espanhol “El País”, Odycleidson teria sido morto a facadas por um filipino, que confessou o crime e disse ter matado o brasileiro por ele dizer que sua mulher e sua filha participavam de orgias na casa do padre. O filipino também teria sido trazido à Espanha pelo padre, há 18 anos, e afirmou que tinha relações sexuais com ele por dinheiro e que para isso, se drogava.
O bispado de Girona divulgou nota em que diz estar investigando o caso. O padre negou ter relações sexuais com o filipino e com o brasileiro, de acordo com o “El País”, mas livros e CD de pornografia gay teriam sido encontrados no apartamento.
A mãe de Kekeo diz que o filho “não levava uma vida de homossexual” e que ele chamava o padre de pai. O menino também tinha uma noiva na Espanha, que Maria Cristina pretende conhecer neste domingo.
Ela e a amiga do filho, Seila Oliveira, dizem que Odycleidson e a noiva, que é espanhola e mora em uma cidade próxima, estavam juntos há dois anos. “Meu filho não tinha uma vida de homossexual. E se ele fosse, agora, nesse momento, não importaria, mas não vou deixar essa história ir longe”, disse.
Para Seila, que é de Goiânia e mora na Espanha há cerca de dez anos, Kekeo era uma menino “mais normal que os espanhóis”, carinhoso e meigo. Ela afirma que o caso surpreendeu a cidade, que é bastante calma, com muitos idosos e tem cerca de 40 mil habitantes.
“Você acha que uma pessoa ia ter relação sexual com outro homem como dizem que ele tinha e ter noiva, que vinha para cá, saía com ele, dormia com ele às vezes na casa? E depois ia chamar ele de pai. Só se ele drogasse o Kekeo”, diz Seila.
Fonte:G1