sábado, 26 de maio de 2012

MILITÂNCIA DO PT COBRA DE HADDAD TEMA HOMOFOBIA

SÃO PAULO - Enquanto o tema homofobia vem sendo tratado com cuidado na campanha do pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, a militância gay do partido inicia uma pressão interna para a incorporação de propostas de combate à discriminação sexual na plataforma de governo do ex-ministro.

Líderes do núcleo LGBT do PT se reunirão com Haddad na última quinta no diretório municipal para apresentar ideias de combate ao preconceito na capital paulista. "Nós não abriremos mão desta conduta", garantiu Marcos de Abreu Freire, coordenador do grupo LGBT da Central Única de Trabalhadores (CUT) e pré-candidato da sigla à Câmara Municipal.

O assunto vem sendo abordado com extrema cautela pela cúpula petista desde a polêmica do chamado kit anti-homofobia – elaborado pelo Ministério da Educação durante a gestão de Haddad e cuja distribuição em escolas foi cancelada depois de protestos de lideranças religiosas. Dentre as propostas apresentadas nesta quinta, o núcleo LGBT do partido pediu que Haddad resgate e adote o projeto engavetado pela presidente Dilma Rousseff nas escolas. 
Se agregar essas demandas, Haddad terá a difícil tarefa de conciliá-las com as exigências feitas por lideranças religiosas nas costuras de eventuais alianças. "É uma questão que é possível convergir", minimizou o chefe da coordenação da pré-campanha e presidente do PT municipal, vereador Antonio Donato.

Os líderes da militância asseguram que não vão admitir que propostas sejam moeda de troca nas negociações. Militantes gays do PT recordam e cobram do atual pré-candidato as mesmas ligações estreitas que tinham com a atual senadora Marta Suplicy, ex-prefeita da capital. Por isso, a reunião desta quinta serviu para apresentar Haddad à militância. "A parceria de Marta com o LGBT é inquestionável. Mas diferente da Marta, que tem uma relação histórica conosco desde os anos 80, o Haddad ainda tem uma história a ser construída", disse Marcelo Hailer, militante gay.

 As propostas pregam o combate à homofobia em cinco eixos da administração: na educação, na cultura, na saúde, no transporte e no trabalho. Em educação, por exemplo, o grupo propõe uma campanha de incentivo a professores transgêneros nas salas de aula, além da adoção do kit gay – como ficou conhecido o material do MEC. Na área da saúde, o texto sugere o uso do nome social no SUS. Freire quer ainda que a criminalização da homofobia vire bandeira da campanha.
 Fonte: Agência Estado

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