O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro), Domingos Neto, afirmou, na tarde desta terça-feira, 7, ao O POVO Online, que a categoria pode iniciar uma nova greve de ônibus durante todo o mês de dezembro. Segundo ele, a categoria vai se reunir na manhã desta quarta-feira para decidir como serão realizadas as próximas paralisações.
Na manhã de hoje, motoristas e cobradores impediram que os coletivos saíssem do terminal do Papicu. Alguns veículos tiveram os retrovisores quebrados e passageiros foram obrigados a descer dos ônibus. A Guarda Municipal e o Batalhão de Choque estão nos terminais para tentar conter manifestações.
Já na tarde desta terça-feira, os integrantes do Sintro iniciaram nova paralisação no terminal de ônibus de Messejana e, segundo Domingos Neto, a categoria já tem programado o fechamento dos terminais do Siqueira e da Parangaba. As paralisações devem ocorrer durante toda a quarta-feira.
Os trabalhadores estão revoltados porque o Tribunal Regional do Trabalho, da 7ª Região, adiou, mais uma vez, o julgamento do dissídio coletivo, previsto para a manhã desta terça-feira.
O julgamento foi adiado porque o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Sindiônibus) alegou que o Sintro não tem legitimidade para defender a categoria de motoristas e cobradores. O Sindiônibus alega que quem deve representar os trabalhadores é o Sintrofor.
De acordo com Domingos Neto, o Sintrofor foi criado pelos empresários em 2008, a fim de fazer oposição ao Sintro. “Toda a diretoria do sindicato ficou surpreso com a atitude do Sindiônibus”, declarou Domingos à rádio O POVO/CBN. “Causa estranheza que o Sindicato patronal tenha suscitar essa questão justamente quando do julgamento”, acrescentou o advogado do Sintro, Carlos Chagas.
Frente ao impasse, a Justiça do Trabalho determinou um prazo de 24 horas para que o Sintro possa comprovar a legitimidade. No próximo dia 9, às 14 horas, na Procuradoria Regional do Trabalho, acontece uma reunião para decidir quem deve representar a categoria.
A categoria, que já fez algumas paralisações neste ano, iniciou em 45% a pedida e reajuste salarial e acabou baixando para 15%. O Sindiônibus só oferece 5% e o impasse foi criado.
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