Como faz todos os anos, a Secretaria de Participação e Parceria, por meio da Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual (Cads), da Prefeitura de São Paulo, prepara uma programação especial para lembrar o Dia do Orgulho Lésbico, celebrado em 19 de agosto.
Um dos destaques da programação são entrevistas com importantes ativistas do segmento. A cada semana será divulgada uma delas no site da Cads e no Informativo que ela distribui a todos os funcionários municipais. As entrevistas contarão um pouco da história de cada mulher, de suas lutas e de como elas enxergam a evolução do movimento e da sociedade na questão do respeito e liberdade para as lésbicas.
“Também elaboramos uma cartilha que será disponibilizada aos interessados e distribuída em bares, restaurantes e baladas com freqüência de meninas”, adianta Eduardo Cardoso, da Cads, com exclusividade ao Dykerama.com. Segundo ele, a quarta edição do evento terá como tema “Legislação e Cultura”.
A programação completa da IV Semana da Visibilidade Lésbica será divulgada em breve. Fique ligada aqui no onix dance.
Um pouco de história
A organização Lésbica surgiu no Brasil no início de 1979, dentro do Movimento Homossexual Brasileiro (MHB). Entretanto, o pouco espaço para os grupos lésbicos, que apareceram desde então, dificultava a ação desse segmento e conseqüentemente a sua produtividade.
A primeira manifestação lésbica ocorreu apenas em 1983, no dia 19 de agosto. Um grupo de mulheres, do primeiro coletivo de lésbicas do Brasil (GALF), realizou um protesto em frente ao bar lésbico Ferro’s Bar, contra a proibição pelos donos do estabelecimento da distribuição do boletim dirigido às lésbicas. O ato contou com o apoio de ativistas gays, feministas e parlamentares da época.
A década seguinte foi muito importante para o movimento. Em 1993, grupos lésbicos e militantes lésbicas independentes organizaram o VII Encontro Brasileiro de Lésbicas e Homossexuais. Foi a primeira fez que a palavra “lésbicas” apareceu no título do encontro. Essa inserção representava a maior visibilidade para a questão das mulheres homossexuais. Três anos depois, em agosto de 1996, começou a surgir a idéia do Dia da Visibilidade Lésbica, o que contribuiu para o aumento do espaço na sociedade, principalmente na mídia, de discussão sobre a questão dos direitos dos homossexuais.
O dia 19 de agosto tornou-se oficialmente o Dia do Orgulho Lésbico em 2003, quando foi organizado um debate nos eventos comemorativos da Parada do Orgulho LGBT, onde o dia foi lançado. A seleção da data faz referência à primeira manifestação do segmento e traz o objetivo de estabelecer referência histórica de luta e orgulho para as lésbicas.
N.E.: Grande parte do movimento lésbico brasileiro comemora o Dia da Visibilidade Lésbica em 29 de agosto, data que faz referência ao 1º Seminário Nacional de Lésbicas, realizado na cidade do Rio de Janeiro de 29 de agosto a 1º de setembro de 1996.
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