sábado, 12 de julho de 2014

VÍDEO MOSTRA CASAL GAY SOFRENDO DISCRIMINAÇÃO APÓS SELINHO NO EXTRA

São Paulo - Tão comum na vida de qualquer casal, um selinho de um jovem casal gay incomodou um funcionário do hipermercado Extra do Shopping Aricanduva, localizado na Zona Leste de São Paulo. O profissional, que não foi identificado, repreendeu os rapazes, que estavam com um grupo grande de amigos, na noite da última terça-feira. A situação foi registrada pelo esteticista veterinário Tiago Tavares Freire, de 27 anos, amigo dos discriminados.

No vídeo, o funcionário do Extra critica as demostrações de afeto do casal. "Aqui não é lugar para vocês se abraçarem e se beijarem", declara o funcionário. "Aqui não é lugar apropriado para isso", continua o profissional, em outro momento da gravação.
Para protestar, Tiago postou o vídeo em seu perfil no Facebook. Em entrevista ao iGay, o esteticista deu mais detalhes sobre ocorrido, explicando que ele os amigos, 15 pessoas no total, foram ao hipermercado depois do jogo da Seleção Brasileira contra a Alemanha, pela Copa do Mundo.
"Nos dividimos, uma parte de nós ficou aguardando depois dos caixas, próximo do [setor] de atendimento de cartões. Não estávamos atrapalhando ninguém, só esperando e comentando o jogo, quando o Fernando e o Luciano trocaram um selinho", relata Tiago, se referindo ao casal.
O esteticista e os amigos pretendem registrar o acontecido num boletim de ocorrência. “Mesmo não tendo sido direcionado para mim, me senti um lixo. Chegamos a perguntar se haveria problema caso o casal fosse hétero, o gerente disse que não. Ou seja, foi homofobia, ele fala isso no vídeo sem nenhum pudor”, aponta Tiago.
Tiago ainda acusa o funcionário de ameacá-los. "No vídeo, dá pra ver ele dizer que depois de bater o cartão [de ponto] dele, ia dar opinião sobre a gente do lado de fora. Algo que eu entendo como uma ameaça".
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do hipermercados Extra informou que o funcionário da loja de Aricanduva foi afastado, mas preferiu não identificá-lo.
“Qualquer ato discriminatório de funcionário em loja, se realizado, não condiz com a opinião da rede e que estaria em total desacordo com o Código de Conduta da Companhia, documento que orienta o padrão de comportamento exigido de seus colaboradores", declarou o Extra, em nota ao iGay.
De acordo com a rede de supermercados, o funcionário está sujeito a punições, como uma advertência. Ele também deve passar por um treinamento de reciclagem e sensibilização do tema.
Como vive em São Paulo, o casal pode entrar com um processo administrativo, previsto na legislação do estado. A lei 10.948/01, que pune atos de homofobia, prevê inclusive o fechamento dos estabelecimentos onde a discriminação ocorre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário