domingo, 10 de novembro de 2013

TRAVESTIS E TRANSEXUAIS JÁ REGISTRARAM MAIS DE 50 OCORRÊNCIAS

Após reportagem do jornal A TRIBUNA sobre audiência pública que será realizada no próximo dia 11 de novembro, na Câmara Municipal, para tratar da violência contra travestis e transexuais em Rondonópolis, a presidente do Grupo de Apoio as Travestis e Transexuais de Rondonópolis (GAPPRS), Adriana Liário, trouxe à tona os números da violência. Segundo ela, somente em 2013, mais de 50 boletins de ocorrência de roubos, assaltos, sempre seguidos de agressão e espancamentos foram registrados por travestis e transexuais na cidade.
“O que vem ocorrendo é um absurdo, são assaltos constantes, que sempre são seguidos de agressões contra as ‘meninas’ (travestis e transexuais) que trabalham à noite. Com certeza, os casos também envolvem preconceito”, contou Adriana, que também foi, mais uma vez, vítima da violência neste mês.
A possibilidade apontada pela presidente do GAPPRS é de que haja uma quadrilha atuando na cidade contra as travestis e transexuais. “Eles (os ladrões agressores) estão sempre em duplas em motocicletas, armados e chegam de uma vez, roubam as bolsas e agridem, até quem não tem dinheiro é espancado. Até tiro disparam em nossa direção”, comentou.
De acordo com Adriana, a Polícia Militar é chamada para atender os casos, mas não parece no local da ocorrência. “Nós ligamos para a polícia que atende ao telefone, mas nunca vem até o local para nos atender”, destaca.
O mau atendimento, segundo Adriana, também se repete na saúde. Na ocasião em que foi perseguida por bandidos e sofreu escoriações ao cair da moto na tentativa de fuga, caso ocorrido no último dia 21, Adriana contou que foi tratada com “desrespeito” por uma enfermeira tendo ido embora sem que nem mesmo uma limpeza fosse feita no local do ferimento. “Acontece com outras, não fui a primeira”, lamentou.
O caso de Rondonópolis vem chamando atenção dos grupos de defesa de travestis e transexuais nacionalmente, tanto que a audiência pública, de autoria do vereador Adonias Fernandes (PMDB), irá contar com a presença da presidente nacional dos grupos de apoio de travestis e transexuais, Cris Steffany.
Para debater o assunto na audiência pública, Adonias pretende reunir o prefeito Percival Muniz (PPS), a secretária municipal de Saúde, Marildes Ferreira, a Defensoria Pública, as Polícias Civil e Militar, representantes de órgãos de defesa dos direitos humanos, Ministério Público Estadual (MPE), entre outros.
A intenção, segundo o parlamentar, é discutir políticas públicas nas áreas de saúde, trabalho e qualificação profissional e segurança para que os direitos das travestis e transexuais sejam garantidos.

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