segunda-feira, 2 de julho de 2012

O TRIUNFO DA CAUSA LGBTT NOS EUA


Quando, em 1958, o instituto de sondagens Gallup perguntou aos americanos se aprovavam os casamentos mistos entre negros e brancos, a resposta não podia ser mais clara: 94% dos interrogados disseram ser contra. Foram precisos mais de 40 anos para que a maioria dos americanos julgasse aceitável o casamento entre pessoas de cores diferentes.
Em comparação, a atitude face aos gays e lésbicas mudou radicalmente no espaço de uma década. O Gallup informou, em meados de maio passado, que mais de metade dos americanos considera hoje que é "moralmente aceitável" ser-se gay, que as relações homossexuais "deveriam ser legais", ou que os casais do mesmo sexo "devem poder casar-se". Em 1996, quando o instituto sondou pela primeira vez a população sobre o casamento homossexual, 68% dos americanos opunham-se a esta possibilidade.
No plano político, o Presidente Obama achou que não corria riscos ao pronunciar-se oficialmente a favor do casamento de pessoas do mesmo sexo, mesmo sabendo que enfrenta uma delicada campanha de reeleição. Uns dias mais tarde, um estratega republicano, Jan van Lohuizen, avisava o seu partido para não se opor ao casamento gay, pois, caso contrário, colocar-se-ia fora da corrente dos tempos.

O lado da justiça


Martin Luther King disse certa vez que o arco do universo moral é amplo, mas inclina-se sempre para o lado da justiça. Se assim é, inclinou-se mais depressa a favor dos direitos de "gays" e lésbicas do que em prol de qualquer outro movimento que pedisse o reconhecimento dos seus direitos cívicos.
Isto não significa que os homossexuais já beneficiem de igualdade e de uma proteção jurídica total. O casamento de pessoas do mesmo sexo continua a ser proibido na maioria dos estados [só seis estados americanos o legalizaram: o Connecticut, o Massachusetts, o Iowa, o New Hampshire, o Vermont e o estado de Nova Iorque, além da capital federal, Washington] e em muitos deles, gays e lésbicas não têm direito à proteção contra a discriminação no emprego e na habitação que é dada às mulheres, aos latinos e aos negros. 
Fonte: Courrier Internacional.

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