Um brasileiro gay acaba de conseguir asilo nos EUA. Com base na alegação de que sofria perseguição no Brasil por ser homossexual, o mineiro Augusto Pereira de Souza, de 28 anos, terá direito de trabalhar no país, vai dispor de um cartão de seguridade social e futuramente poderá dar inicio ao processo do "Green card".
Casos como os de Augusto Pereira estão se tornando comum nos EUA que, desde 1994, passou a aceitar pedidos de asilo de estrangeiros que vêem em seu país uma incapacidade de proteção.
No caso de Augusto, a comprovação de que era perseguido no Brasil foi feita com base em relatos de amigos. Ao jornal Folha de São Paulo, o jovem contou que os ataques ocorreram em São Paulo, onde ele veio morar aos 15 anos. O primeiro foi uma repreensão verbal no Largo do Arouche pela polícia, enquanto ele aguardava entre a saída do trabalho e o início de uma aula de um curso de hotelaria. O segundo aconteceu no parque Trianon, onde Augusto contou ter sido obrigado a fugir correndo de um ataque de skinheads, que o perseguiam com tacos de beisebol com prego na ponta e pedaços de vidro.
Por sorte, Augusto não foi atingido, mas relatou ter cortado o pé em cacos de vidro. O rapaz disse ainda que não confiava na polícia para prestar queixa. "No Brasil, tinha de esconder minha sexualidade. Mas ninguém consegue fingir 100% do tempo ser aquilo que não é. Quando cheguei aqui já sabia que não ia voltar", disse Augusto, que hoje vive em Newark, em Nova Jersey, e trabalha em um supermercado.
O brasileiro contou ainda que na região onde vive conhece outros três casos de pessoas que obtiveram asilo devido a perseguições pela orientação sexual. Segundo dados, em 2007 foram aceitos 30 pedidos e no ano passado 76.
Nenhum comentário:
Postar um comentário