A polícia interrogou na tarde desta quarta-feira (3) um jovem e o pai dele, Élcio Oliveira, que são amigos de Paulo César Carneiro, o jovem suspeito de ter atropelado dois rapazes na Zona Sul de São Paulo no sábado (30). Depois do atropelamento, Carneiro escondeu o carro na casa do amigo, com autorização de Oliveira.
Segundo as duas testemunhas ouvidas pela polícia, Carneiro procurou o amigo por volta das 4h de sábado e pediu para esconder o carro na garagem de sua casa. Oliveira permitiu que o veículo fosse escondido, mas disse ao G1, pouco antes de prestar depoimento, que, na ocasião, tanto ele como o filho não foram informados sobre o atropelamento.
O amigo contou, em depoimento aos policiais, que Carneiro conheceu um travesti na madrugada de sábado e, quando percebeu que não era uma mulher, o expulsou do carro. Um grupo de travestis cercou então o veículo e danificou o carro, ainda segundo a versão do amigo. Segundo o pai do amigo, em nenhum momento o suspeito falou ter atropelado pessoas.“ Ele estava com vergonha de admitir que se envolveu com travesti. Eu não sabia que alguém tinha sido atropelado”, disse Oliveira.
Descrente
O advogado do suspeito, Carlos Alberto Arão, informou por volta das 15h que iria se encontrar com o suspeito para entregá-lo à polícia. Disse que não podia informar onde o cliente estava e não prometeu a apresentação para esta quarta-feira. A Justiça decretou a prisão temporária do suspeito por 5 dias.
Claudio Tadeu de Freitas, 50 anos, pai do jovem morto no acidente, esteve na delegacia na tarde desta quarta-feira e deixou o local descrente com a versão apresentada pelos amigos do motorista, de que ele não viu que atropelou duas pessoas. "Não posso falar que foi de propósito, mas ele viu", disse.
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