quinta-feira, 4 de abril de 2013

MERECIDA HOMENAGEM! - GRUPO GAY DA BAHIA CONVIDA DANIELA MERCURY PARA SER RAINHA DA PARADA


O grupo Gay da Bahia, primeira instituição do País fundada com o objetivo de combater a homofobia, convidou, nesta quarta-feira (3), a cantora Daniela Mercury para ser “rainha” da Parada Gay de Salvador, programada para ser realizada no próximo dia 8 de setembro. O chamado ocorre no mesmo dia em que a musa baiana “saiu do armário” e assumiu um relacionamento homossexual com a jornalista Malu Verçosa.
O criador do grupo, o antropólogo Luiz Mott, declarou que ainda não foi possível fazer o convite à própria Daniela, pois não conseguiu contato telefônico com a produção da cantora. Entretanto, como a manifestação repercutiu bastante nas redes sociais do GGB durante a tarde, ele espera que a Rainha do Axé já tenha tomado conhecimento do convite - e espera que ele seja aceito.
Tradicionalmente, há uma madrinha para abençoar a parada, mas no caso de Daniela, segundo Mott, como se trata da “Rainha do Axé”, é justo que se abra exceção para que ela seja “Rainha da Parada Gay”. Em outros anos, já foram madrinhas as cantoras Ivete Sangalo, Preta Gil e a ministra da Cultura, Marta Suplicy.
Luiz Mott comemorou o fato de Daniela ter se assumido homossexual e elogiou que a baiana tenha escolhido tempos conflituosos para fazer isso ao público. “Daniela Mercury é a cantora mais politicamente correta do Brasil. Ela é a favor da camisinha, do amor livre e saiu do armário em uma época crucial da luta contra a homofobia, em tempos do pastor Marco Feliciano e da cantora Joelma, do Calypso”, opinou.
As declarações da cantora paraense foram motivo de comentário do antropólogo, que disse não ter ouvido falar de Joelma até ela manifestar suas ideias supostamente homofóbicas. Ele afirmou  que, apesar de seu som ser “brega”, a base de fãs da banda é grande e merecia um melhor tratamento por parte dela. “Não há mais espaço no século XXI para intolerância e estímulo ao preconceito”.
Mott considera que o gesto simbólico da musa é muito forte e há de, além de aumentar sua base de fãs, também inspirar muitos jovens que ainda necessitam de força para assumir sua própria homossexualidade Brasil afora. Para ele, se outros artistas gays seguissem o exemplo de Daniela, anônimos poderiam ter mais chances de viver uma vida homoafetiva mais tranquila.
“Há o exemplo do (ator) Marco Nanini, que assumiu que era gay. José de Abreu também assumiu que é bissexual. Essas atitudes são fundamentais, pois os artistas precisam formar imagens positivas para que os jovens gays tenham seus ícones”, avaliou o criador do GGB.
Mott lembrou que o Brasil é o país com maior número de casos de morte por homofobia no mundo, com uma média de um assassinato de cidadão homossexual a cada 26 horas. Neste panorama, a Bahia é o estado mais violento para um gay viver. No ano passado, foram registrados pelo GGB 29 homicídios contra pessoas do segmento LGBT em todo o Estado.
O criador do movimento lamenta que, apesar de a Bahia ser governada pelo PT – “o partido mais simpatizante às causas gays” - e o governador Jaques Wagner e a primeira-dama, Fátima Mendonça, serem amigos e militantes do GGB, o Estado não tem políticas públicas para promover a educação a fim de prevenir a violência contra o homossexual.
Fonte:Terra

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