A manifestação francesa acabou em confronto. A polícia interveio quando um grupo de cerca de 100 jovens tentou furar, à força, um cordão de isolamento da Avenida Champs-Elysées que mantinha os protestos longe de um dos pontos mais importantes da cidade. Imagens de TV mostraram embates, com as forças de segurança disparando gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra manifestantes vestidos de rosa, a cor dos que se opõe ao casamento gay na França - em contraste com o amplo uso da mesma cor como símbolo do movimento homossexual mundo afora. Muitos entoavam cânticos contra o presidente.
- Uma família é um pai e uma mãe! - gritavam ativistas conservadores, aposentados, padres e até crianças.
Outros, insatisfeitos com o governo socialista, deram um tom político à manifestação. Líderes do conservador UMP e da Frente Nacional, de extrema-direita, também estiveram presentes.
- Hollande, renuncie! - gritava a multidão, antes de entoar o hino francês, "A Marselhesa".
Entretanto, mais e mais manifestantes se envolveram na confusão, que chegou a fechar um cruzamento junto ao Palácio do Eliseu. Ninguém ficou ferido, mas a líder do Partido Democrata-Cristão, Christine Boutin, recebeu atendimento médico devido à inalação de gás lacrimogêneo. Segundo a polícia, duas pessoas acabaram presas.
Telões foram instalados do Arco da Defesa até o Arco do Triunfo. Faixas foram penduradas em varandas onde se podia ler: "Não toquem em minha filiação", "Queremos emprego, não casamento gay" ou ainda "Não ao gay-extremismo".
Pesquisas mostram pequena maioria a favor
No mês passado, mesmo após gigantescas manifestações de rua contra, a Assembleia Nacional francesa aprovou, por 329 votos a 229, o projeto de lei "Matrimônio para Todos", que legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo e permite, ainda, que casais gays adotem crianças.
As pesquisas mostram que 51% dos franceses são favoráveis à medida. Os opositores à nova lei, porém, são irredutíveis. Segundo eles, o projeto "perturba totalmente a sociedade, negando o parentesco e a filiação natural", algo que teria "consequências econômicas, sociais e éticas incalculáveis". Eles defendem que o texto seja submetido a um referendo nacional.
- Viemos defender o fato de que a família composta por um pai e uma mãe é o melhor para as crianças. Não desistiremos - disse uma manifestante identificada como Marie, de 30 anos.
Uma das principais organizadoras da marcha, a ativista que adota o codinome Frigide Barjot, mandou um recado ao presidente:
- Queremos que o presidente cuide da economia e deixe a família em paz.
Mas, o projeto de lei seguirá agora para o Senado - também controlado por Hollande e seus aliados. Muitos manifestantes prometem acampar diante da Casa em protesto.
Fonte:Yahoo.
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