KUALA LUMPUR, 14 Set (Reuters) -
O governo da Malásia começou a realizar seminários voltados para ajudar
professores e pais a identificar sinais de homossexualidade em
crianças, reforçando um aumento no conservadorismo religioso no país de
maioria muçulmana.
Até agora, a Fundação de Professores da Malásia organizou 10
seminários por todo o país. Um evento na quarta-feira contou com 1.500
pessoas, disse à Reuters um porta-voz da organização.
"É um (evento) multireligioso e multicultural, afinal de contas,
todas as religiões basicamente são contra este tipo de comportamento",
disse uma autoridade.
O governo disse em março que estava trabalhando para conter o
"problema" da homossexualidade, especialmente entre os muçulmanos que
compõem mais de 60 por cento da população de 29 milhões na Malásia.
De acordo com um folheto distribuído em um seminário recente,
sinais de homossexualidade em meninos podem incluir a preferência por
roupas apertadas e de cores claras e bolsas grandes, noticiou a mídia
local.
Para meninas, os detalhes são menos claros. Meninas com
tendências lésbicas não têm afeição por homens e gostam de andar e
dormir na companhia de mulheres, disseram as reportagens.
A Malásia reprova o sexo oral e gay, descrevendo-os como sendo
contra a ordem da natureza. Sob a legislação civil, os transgressores
--mulher ou homem-- podem ser presos por até 20 anos, espancados ou
serem penalizados financeiramente.
A intolerância oficial aos gays tem crescido. No ano passado,
apesar das críticas generalizadas, o Estado da costa leste de Terengganu
criou um campo para meninos "afeminados" para mostrar e eles como se
tornar homem.
O seminário mais recente para professores e pais foi ministrado pelo
vice-ministro da Educação, Puad Zarkashi, confirmou o seu gabinete.
"Os jovens são facilmente influenciados por sites e blogs
relacionados a grupos LGBT", disse o vice-ministro, segundo a agência de
notícias Bernama, usando o acrônimo para lésbicas, gays, bissexuais e
transexuais.
"Isto também pode espalhar-se entre os amigos. Estamos preocupados que isso aconteça durante os anos escolares."
Reuters Brasil
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