Não existem limites para Madonna. Amparada em uma estratégia de marketing fulminante, a cantora de 53 anos, especialista em se renovar visual e artisticamente, retorna à cena com a energia e a malícia de uma garota. Disposta a se superar e a quebrar as próprias marcas, ela deixou 117 milhões de espectadores boquiabertos diante do delírio visual de sua apresentação na final do campeonato de futebol americano. Foi a maior audiência na história do evento. Vê-se agora que aquele espetáculo funcionou apenas como sons de trombeta de uma volta triunfal. A impressionante sucessão de lançamentos que se seguiram e ainda estão por acontecer cumpre uma agenda calculada, que vai culminar com a chegada às lojas no dia 26 de seu novo CD, “MDNA”, o mais aguardado do ano segundo diversas pesquisas. Numa espécie de contagem regressiva, a cantora vem colecionando recordes. Um mês e meio antes de seu disco estar disponível, ele quase congestionou as lojas iTunes de 50 países.
O cálculo aproximado é que se tenha vendido dois milhões de CDs. Em menos de uma semana, foi lançada a sua turnê, marcada para maio: bastaram 24 horas para 13 shows se esgotarem, obrigando a abertura de novas datas em cidades como Nova York, Los Angeles, Chicago, Berlim e Amsterdã. A seguir assim, segundo a produtora Live Nation, Madonna deve ter rendimentos superiores aos que atingiu com a excursão passada, “Sticky & Sweet”, quando faturou US$ 408 milhões, a maior soma conseguida por um artista solo até hoje.
Não surpreende, portanto, que a rainha do pop tenha bancado os US$ 36 milhões da produção de seu segundo filme como diretora, “W.E – O Romance do Século”, que estreia nos cinemas brasileiros na sexta-feira 9.
Na contabilidade de Madonna, um prejuízo aqui, uma extravagância ali, tudo somado sempre resulta em saldo positivo. Ela não ganhou um centavo para se apresentar no SuperBowl. Pela avaliação da revista “Forbes”, contudo, economizou US$ 91 milhões em publicidade. O lucro advindo do valor agregado teve resultados imediatos na pré-venda do CD e dos bilhetes da Madonna Tour. Não satisfeita, Madonna divulgou nesta semana a segunda faixa de trabalho do novo disco, “Girl Gonna Wild” e inaugurou o seu canal Vevo, site musical da Universal Music. Responsável por todo o material gráfico da pop star, o designer brasileiro Giovanni Bianco participou em Los Angeles das gravações do clipe da nova canção, próxima novidade a vir à luz. “A performance de dança exigiu muito dela. Eram movimentos verdadeiramente selvagens. Ela tem uma força incrível, que não sei de onde vem”, diz ele. Bianco trabalha com Madonna há oito anos e conta que nesse tempo aprendeu um pouco os seus gostos: “Ela é muito precisa em relação ao que quer, tem conceitos muito claros. Você precisa ser muito concentrado para surpreendê-la.”
E o que Madonna quer agora? Pelo que já se conhece de “MDNA”, seu objetivo é ampliar o público com um som eletrônico ainda mais festivo. Reside aí a sua fórmula de rejuvenescimento. Se no trabalho anterior ela flertou com o hip-hop e gravou com Pharrell e Kanye West, agora aliou-se ao time feminino e faz dueto com duas sensações atuais – a americana Nicki Minaj e a inglesa de origem cingalesa M.I.A. Mostra-se, assim, moderna e multicultural. Com o mesmo tino para a provocação, batizou o CD com uma sigla semelhante ao nome científico do ecstasy (MDMA) e atiçou a polêmica. Escândalo, aliás, é o tema de seu filme, sobre o caso amoroso que abalou a corte britânica: o casamento entre o rei Edward VIII e a americana Wallis Simpson, o que obrigou o monarca a abdicar do trono. Essa história é contada simultaneamente à de Wally Winthrop, que se apaixona pelo segurança da casa de leilões Sotheby’s durante a venda dos objetos pessoais do casal real. A semelhança com a vida amorosa de Madonna não é mera coincidência.
Fonte: Isto É
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