A forma como foi dado o tiro que matou o padre Josenir Morais Santana, 48, intriga até mesmo os peritos. Para tentar esclarecer o caso, a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) vai realizar uma simulação no carro em que foi encontrado o corpo do sacerdote, na madrugada da última segunda-feira, 25. Josenir estava sentado no banco do motorista. Morreu com um único tiro, dado nas costas, na altura do ombro esquerdo. A bala perfurou o corpo, saiu pelo peito e atingiu o painel do veículo.
Segundo o perito Ireudo Pinheiro, há duas hipóteses. Ou o disparo foi efetuado de dentro do carro, por alguém que estava no banco de trás, ou por uma pessoa que estava em pé, do lado de fora do veículo. Nessa última hipótese, o padre estaria com a porta do carro aberta. “Poderia ser conversando ou discutindo com essa pessoa”, diz o perito. Ireudo conta que vai realizar uma nova perícia no carro e simular as duas situações. “Realmente, esse crime é um mistério”, comenta.
Não havia marcas de tiro do lado de fora do veículo e as portas e os vidros estavam fechados. Além disso, o carro atingiu a cerca de arame farpado de uma casa às margens da BR-222, no município de São Luís do Curu. “Pelo que a gente viu, o tiro não foi dado com o veículo em movimento”, comenta Ireudo.
A única certeza que se tem é de que o padre estava dentro do veículo quando foi assassinado. O perito explica que não tem como Josenir ter sido levado para dentro do carro depois de morto. “Isso por causa da marca de tiro no painel. Foi da bala que saiu pelo peito”, diz.
Ontem, o perito encaminhou o projétil para o setor de balística da Pefoce. Pelo tamanho da bala, ele acredita que seja de um revólver calibre 38. A Perícia tem o prazo de 10 dias para concluir os laudos. “Mas a gente pode pedir para prorrogar um pouco mais”, adianta.
A investigação está a cargo da Divisão de Homicídios. Por orientação do superintendente da Polícia Civil, Luiz Carlos Dantas, o caso está sendo mantido em sigilo. “Por enquanto, não há nada de concreto. É importante manter o sigilo”, argumenta. O POVO também entrou em contato com o delegado de São Gonçalo do Amarante, Cleófilo Rodrigues, que está contribuindo com o caso. Ele informou que não há nada de concreto “sobre nenhum suspeito.”
O Povo.
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