sexta-feira, 6 de junho de 2008

Lula compara luta homossexual a Movimento dos Sem Terra





"Quando coloquei o boné na cabeça, senti o mesmo preconceito como da primeira vez em que coloquei o boné do Movimento Sem Terra. Eu era recém-eleito Presidente da República, apanhei da imprensa por mais de um mês. Eu podia colocar o boné do Banco do Brasil, do Bradesco, da Vale, da Petrobras, do Corinthians, do Flamengo e do Vasco, mas não o do MST? De repente me veio uma luz: `vou colocar todos, porque assim eu vou quebrar os preconceitos.'"
Com estas palavras , o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, foi ovacionado durante a abertura oficial da I Conferência Nacional GLBT, que aconteceu na noite desta quinta-feira (05/6), no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília. Lula e a primeira-dama Marisa haviam recebido minutos antes dois bonés e uma bandeira do arco-íris entregues por Toni Reis, presidente da ABGLT - Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
Durante cerca de seus 23 minutos de fala, o presidente discorreu sobre a criação de um "Dia da Hipocrisia", classificando o preconceito como uma das piores doenças. "Eu sei que isto fere pessoas e deixam outras angustiadas. Quando se trata de preconceito, eu o conheço nas minhas entranhas. Eu sei o que é o preconceito." Na opinião de Lula o pré-julgamento é uma doença que não se combate com apenas com a Lei.Na ocasião, Lula afirmou que receberá os documentos com as reivindicações da Conferência da mesma forma com que recebeu os resultados de outras conferencias. "O tratamento que vocês terão, com o documento que vocês apresentarem, será o tratamento que nós demos às 49 Conferências que nós realizamos." Qualquer situação diferente disso seria uma "uma meia-democracia, daquelas que aparece quando eu quero, quando preciso, mas que não é plena".
Na ocasião, Lula afirmou que receberá os documentos com as reivindicações da Conferência da mesma forma com que recebeu os resultados de outras conferencias. "O tratamento que vocês terão, com o documento que vocês apresentarem, será o tratamento que nós demos às 49 Conferências que nós realizamos." Qualquer situação diferente disso seria uma "uma meia-democracia, daquelas que aparece quando eu quero, quando preciso, mas que não é plena".
Direitos GLBT.
Lula fez referência à fala de Toni Reis sobre "nunca na história deste planeta um presidente ter convocado uma Conferencia como esta". O presidente disse sentir-se honrado e orgulhoso por tal ato. A Conferência foi comparada pelo presidente ao PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - devido ao caráter de ambos serem de "reparação histórica brasileira" com os grupos comumente discriminados.
Lula prometeu que irá, junto com os Ministérios, concentrar esforços para fazer avançar os reconhecimentos de direitos GLBT no Legislativo. "No que depender do apoio do Governo e dos Ministros, nós iremos trabalhar para que o Congresso Nacional aprove o que precisa aprovar nesse país."
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que vai assinar uma portaria autorizando o pagamento de cirurgias de mudança de sexo pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A questão é arduamende defendida pelos GLBT, principalmente os transgêneros. Aportaria ainda não está pronta e nem há previsão de publicação no "Diário Oficial da União", segundo o Ministro.
Ainda durante seu discurso, Lula fez nova referência a ser uma `metamorfose ambulante'. "Na minha vida eu penso que tenho tudo definido. Tem uma coisa que eu era contra, agora sou a favor. Tem uma coisa que eu não concordava, agora concordo."

Lula cometeu duas gafes que causou ojeriza a alguns militantes presentes. Usou os termos "opção sexual" e "homossexualismo", enquanto a militância prega o uso das expressões: "orientação sexual" e "homossexualidade". "Como bem disse o Ministro [José Gomes] Temporão. Ninguém pergunta a opção sexual (sic) de vocês quando vocês vão pagar imposto de renda", falou. Lula foi aplaudidíssimo e aclamado pela multidão, que hora ou outra entoava o coro "O lê, o lê, o lê, o lá, Lula, Lula!". O clima geral era de que o Presidente pode tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário