sexta-feira, 16 de maio de 2008

Arma usada em assassinato encontrada na cozinha


A Polícia revelou ontem que o assassino do professor universitário Luís Palhano Loiola, 40 anos, é alguém que possuía convívio próximo com ele. As investigações apontam que o assassino conhecia bem a casa do professor, ao ponto de tentar disfarçar um latrocínio (roubo seguido de morte). A arma do crime ainda chegou a ser lavada na pia da cozinha da vítima, mas os vestígios de sangue não foram encobertos. "Mas o que mais chamou a atenção foi o cuidado que o assassino teve em colocar o lençol sobre o corpo da vítima, numa clara demonstração de proximidade. Eu diria até respeito, mas não dá para falar em respeito sobre alguém que desfere uma grande quantidade de golpes a faca sobre a sua vítima", comentou um policial que participa das investigações. O professor doutor da Faculdade de Educação de Crateús (Faec), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), foi encontrado morto em sua residência, no bairro Planalto, em Crateús, no Sertão Cearense, a 345 quilômetros de Fortaleza, na tarde da última quinta-feira. De acordo com os primeiros levantamentos da Polícia, ele teria sido ainda estrangulado com um outro lençol. O corpo foi encontrado por dois colegas de faculdade, que haviam marcado com ele uma viagem por municípios vizinhos. Luís Palhano morava na companhia de uma irmã. Mas ela não havia ficado em casa, no dia do crime, a pedido do próprio professor. Segundo as investigações, ele deveria receber em sua residência o provável assassino, o que leva a Polícia a crer em crime passional. Luis Palhano era autor de artigos e pesquisas sobre orientação sexual. A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) elaborou um manifesto em que cobrou do Governo do Estado uma rigorosa apuração sobre a morte do professor. De acordo com uma fonte do Governo, o governador Cid Gomes ressaltou o empenho de Luís Palhano à frente da Uece e determinou rigor nas investigações. A ABGLT é uma rede nacional de 203 organizações, sendo 141 grupos de gays, lésbicas, travestis e transexuais, e mais 62 organizações colaboradoras voltadas para os direitos humanos e Aids. É a maior rede GLBT na América Latina. A entidade defende os direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, diante da construção de uma sociedade sem quaisquer formas de discriminação.
Fonte: Jornal O POVO.

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