"Vou fazer o Enem com o nome social por questão de garantir um direito meu e não porque tive problemas com relação a abordagem das pessoas comigo. A questão da transexual adotar o nome social na prova é por causa do tratamento e não para substituir o nome civil, pois o documento que nós devemos apresentar no dia será o CPF e carteira de identidade", declarou.
Para Maria Laura, a medida adotada é necessária para dar início a uma nova forma de abordar e acolher as pessoas transexuais. Como militante do movimento LGBT, a candidata elogia a ação do Ministério da Educação após casos de transexuais terem sofrido constrangimento dos fiscais na edição passada do exame.
"Acredito que pela educação haverá todo este processo de sensibilização, conscientização e formação de opiniões. Se existe uma preocupação do Ministério com relação a nós, então acredito bastante que este é o primeiro passo para cada vez mais promovermos esta cidadania tão almejada pelas pessoas trans nos mais diferentes espaços", declarou.
A candidata fará novamente o Enem na tentativa de conseguir uma vaga para o curso de serviço social na Universidade Federal do Piauí. Ano passado, ela ganhou uma bolsa em logística do Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec) através da nota do Enem. "Enquanto não realizo meu sonho, estou me qualificado. Tenho mais identificação pela área social e quando entrar no ensino superior pretendo colaborar com outras trans que ainda são tão discriminadas", ressaltou.
A edição de 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá 95 candidatos e candidatas transexuais com autorização do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para usarem seu nome social durante a prova. Segundo a assessoria de imprensa do Inep, as 95 solicitações feitas foram atendidas.
Para poder garantir o direito, os candidatos e candidatas precisaram ligar para um telefone de atendimento e solicitar um formulário específico. Entre as opções estavam a designação em sala de aula conforme a ordem alfabética do nome social, o tratamento dado pelos fiscais e se vão querer usar o banheiro masculino e feminino.
Com informações:G1
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