Tenho orgulho de ser gay e considero que
ser gay foi um dos maiores presentes que Deus me deu”. A frase
do presidente-executivo da Apple num artigo ao assumir publicamente a sua
homossexualidade não podia ser mais clara. A ideia foi mesmo essa. Isso e
declarar que apesar de não ser um ativista na comunidade gay não
vai de deixar de defender os seus direitos. “Irei pessoalmente defender a
igualdade para todos até os meus dedos dos pés apontarem para cima”.
Tim Cook escreve na edição
desta quinta-feira da Bloomberg Businessweek. No artigo fala da
sua sexualidade e de como esta foi recebida na Apple e a forma como influenciou
o seu percurso pessoal e profissional.
O homem que sucedeu no cargo o carismático Steve Jobs há
três anos sempre quis “manter um nível básico de privacidade” e que a Apple
fosse apenas citada pelos seus produtos e pela sua utilização. Citando uma
frase de Martin Luther King – “O que estás fazendo pelos outros?” –, Cook
explica que o desejo de manter privada a sua vida pessoal o impedia de fazer
“algo muito mais importante”.
“Durante anos, fui aberto
com muitas pessoas sobre a minha orientação sexual. Muitos dos colegas na Apple
sabem que sou gay e
isso não parece fazer diferença na forma como me tratam. Claro que tive a
sorte de trabalhar numa empresa que adora a criatividade e a inovação e sabe
que só pode florescer quando aceitarmos as diferenças das pessoas. Nem todos
têm tanta sorte”, escreve.
Se até agora a sua
homossexualidade era mantida em privado, Tim Cook diz que chegou o momento, aos
53 anos, de falar. “Por isso deixem-me ser claro: Tenho orgulho de ser gay e considero que
ser gay foi
um dos maiores presentes que Deus me deu”.
O dirigente diz que a
homossexualidade permitiu que compreendesse melhor o que é ser uma minoria.
Possibilitou-lhe tornar-se mais “empático”, ter “confiança” em ser como é e ser
superior à “adversidade e fanatismo”. “Também me deu a pele de um rinoceronte,
o que dá muito jeito quando se é CEO da Apple”.
Tim Cook afirma que “parte
do progresso social é entender que uma pessoa não se define apenas pela sua
sexualidade, raça ou género”. “Sou um engenheiro, um tio, um amante da
natureza, um doido por fitness,
um filho do Sul, um fanático por esportes, e muitas outras coisas. Espero que
as pessoas respeitem o meu desejo de me concentrar nas coisas para as quais
estou mais preparado e no trabalho que me traz alegria”.
Com informação Portugal
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