Dados divulgados pelo Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil apontaram que apenas no ano de 2014 cerca de 326 pessoas morreram no país em razão da homofobia. O número significa um assassinato a casa 27 horas. O relatório foi divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).
De acordo com o grupo, o levantamento é feito com base em notícias veiculadas na imprensa. Ainda segundo o documento, o número de casos cresceu em 4,1% em comparação a 2013.
Em entrevista ao portal R7, o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB e coordenador da pesquisa, estimou que todos os dias, no mínimo, um homicídio com motivação homofóbica ocorra no País, o que coloca o Brasil no topo do ranking. “Hoje, 50% dos assassinatos de pessoas trans no mundo acontecem no Brasil”, disse.
Mott afirma que os crimes contra os LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) são marcados pela imprevisibilidade. “A falta de um padrão sistemático, regular da intolerância e da violência é um problema. A única tendência fixa é que sempre são mais gays [vítimas]. Em segundo lugar, as travestis e, em terceiro, as lésbicas”.
O antropólogo também enfatizou que, em termos relativos, travestis e transgêneros estão mais expostos, uma vez que essa população não chega a 1 milhão no País, enquanto a de gays está na casa dos 20 milhões, conforme organizações que atuam junto a esses segmentos. Uma das explicações para essa vulnerabilidade estaria no estilo de vida marginalizado. “Ninguém quer empregar uma travesti. Na escola, elas são humilhadas, expulsas e a prostituição se torna meio de sobrevivência”.
Dos 326 mortos registrados no levantamento de 2014, 163 eram gays, 134 travestis, 14 lésbicas.
Disque 100
Dados do Disque 100, serviço mantido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), apontam que das denúncias de violência homofóbica recebidas no ano de 2014, em 67,10% as vítimas eram homens; 19,45%, mulheres e, em 13,45% dos registros, o sexo não foi informado.
Conforme as estatísticas do serviço, os alvos mais recorrentes são gays (20,05%), travestis (11,57%), lésbicas (9,51%) e transexuais (8,31%). A faixa etária mais vulnerável é a de 18 a 24 anos, que corresponde a 31,71% das vítimas, segundo a SDH/PR.
Com informações do portal R7.
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