O promotor da Infância e da Juventude de Bayeux, Marinho Mendes, solicitou a Polícia Federal e ao Ministério das Relações Exteriores intervenção para que fossem repatriadas duas travestis que foram traficadas para a Itália e vivem em situação de risco naquele país. A informação foi repassada na quarta-feira (14) ao Portal Pariaba.com.br.
“Queremos que eles viabilizem o retorno de duas paraibanas que se encontram na Itália, na região da Perúgia. Uma de Araçagi, foi levada ainda de menor com documentos adulterados pelos traficantes. Outra é natural de Cuitegi, e a família está desesperada pedindo socorro. Elas foram levadas para se prostituir e para servirem de mulas do tráfico”, explicou Marinho.
Segundo o promotor, já estão em andamento várias investigações e foi aberto processo judicial. Marinho conta que os traficantes se utilizavam de pessoas da própria região para atrair os jovens. “Já existiam pessoas da região que estavam lá, falavam das propostas de vantagens, possibilidade riquezas. Os traficantes pagavam 50 mil euros para as que já trabalhavam na área caíssem em campo, persuadissem novos rapazes, fizessem a transformação em travesti e as enviassem à Itália. Elas eram levadas por rotas alternativas para o exterior”, explica.
O promotor revelou que a família dessas duas jovens estão desesperadas e uma das travestis está vivendo em cárcere privado. “Avaliamos em mais de 40 pessoas traficadas”, pontua. Marinho conta que a chefe da quadrilha já está presa, é uma travesti conhecida como Ismar, casada com um italiano. Ismar seria natural de Mulungu, ela e mais dois italianos são acusados de comandarem a quadrilha.
Diminuição do fluxo – O promotor informou ainda que com a crise na Europa o tráfico para o velho continente tem diminuído e agora as travestis estão migrando para o Paraná e se instalam em cidades como Londrina e Curitiba.
“Agora elas mesmos se organizam e vão”, frisa. Questionado sobre o que leva as travestis a migrar, Marinho explicou que ainda é a promessa de riqueza e dinheiro fácil. Todavia, quando chegam no Paraná elas vivem em situação de risco. "Não podem sair a rua de dia, moram na periferia e vão trabalhar nas ruas à noite, sofrendo repressão policial, disputa de pontos, violência e sendo alvo dos traficantes de drogas", finalizou.
Com Informações: Paraiba.com
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