Uniformizado,
organizado e cheio de orgulho. Assim era o grupo das Mães pela Igualdade na
Parada Gay de São Paulo no início da tarde deste domingo (04). De camiseta
preta e segurando corações de papel, mães, pais e filhos estavam lá para serem
vistos e também para fazer pressão pela criminalização da homofobia.
O grupo aponta os
dados do Grupo Gay da Bahia para defender uma legislação neste sentido. Segundo
dados da ONG LGBT, os assassinatos de gays pelo Brasil foram 320 no ano passado
e estão 120 até agora em 2014. Estes números deixam o Brasil na triste estatística
do campeão mundial de crimes de ódio.
Alguns pais e mães estavam com seus filhos, outros sozinhos, como foi o
caso do carioca Paulo Próspero, que desfilava ao lado da namorada, Rosângela.
"Meu filho é um garoto sensacional, Paulo Victor, de 21 anos.
Ele é corretor de imóveis e estava de plantão hoje", justificou Paulo.
“Sou um pai no grupo de mães porque quero trabalhar para que as
famílias se conscientizem da naturalidade do sentimento, para promover a
compreensão e o respeito", argumentou Paulo, explicando a sua a presença
no evento.
Acompanhadas da nora, Jessica Cassiano,
26, Maria José tinha bem claro o seu objetivo. “Sou
da comissão da diversidade na OAB e estou aqui para realmente forçar a criação
da lei que criminaliza a homofobia. Quero que a igualdade prevaleça”, defendeu
Maria.
Sem
sua mãe, que estava viajando, Jessica disse se sentir honrada pela presença das
outras mães na parada.
Mãe e filha, Lili e Thayse (24)
fizeram juntas a sua estréia na parada. “Sozinha eu não viria, não gosto de
multidões, mas vim fazer companhia para a minha mãe”, revelou à segunda.
Lili contou que se
sente mais forte desde que aderiu pela internet ao grupo Mães pela Igualdade.
“Acho que nossa disponibilidade de vir e apoiar pode fazer com que outras mães
saiam do armário. Sim, porque não são sós os filhos que têm de se assumir, as
mães têm também, e nem sempre é fácil”, reconheceu.
“Quando soube que
minha filha era lésbica, quando a forcei a me contar aos 14 anos, demorei um
ano para aceitar. Peguei no pé dela. Depois comecei a ler muito, me informar.
Até hoje eu pergunto pra ela se a maltratei muito naquele período, mas sempre
disse que a amaria de qualquer maneira”, admite a mãe.
Adriana e Fernando,
21, eram outra dupla de mãe e filho na parada. “É minha primeira vez, estou
maravilhada”, disse Adriana. “Sou de São Jose dos Campos e depois que entrei no
grupo me sinto mais forte para entrar nessa briga na minha cidade”, constatou
Adriana
Uma das líderes do Mães Pela Igualdade e colunista do iGay, Maju
Giorgi estava acompanhada de seu filho, o fotografo André
Giorgi.
Maju falou
empolgada do sucesso do almoço que reuniu 70 mães de todo o Brasil em um
restaurante da Zona Sul de São Paulo, no último sábado (03). “Hoje aqui na
parada somos umas 30”, contabilizou a ativista.
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