A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta quarta-feira (5) que a Santa Sé permitiu o abuso sexual de milhares de crianças e ordenou que o Vaticano remova "imediatamente" de seus cargos os responsáveis por cometer tais crimes.
Segundo um relatório divulgado pelo Comitê da ONU sobre os Direitos das Crianças, a Santa Sé "adota políticas e práticas" que levam à continuação dos abusos e à impunidade dos autores.
O organismo das Nações Unidas também disse estar "seriamente preocupado" pelo fato do Vaticano "não ter reconhecido a dimensão dos crimes cometidos, e não ter adotado medidas necessárias para combater os casos de pedofilia e proteger os menores".
O relatório da comissão foi escrito após uma longa análise de documentos apresentados pelo Vaticano para prestar esclarecimentos à ONU sobre o que tem sido feito para conter os abusos sexuais. Essa apresentação ocorreu no último dia 16 de janeiro, em um painel realizado em Genebra, na Suíça.
Signatário da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança desde abril de 1990, o Vaticano apresentou seu primeiro relatório sobre o tema em 1994, examinado em 1995. A audiência do início de janeiro, porém, foi a primeira vez que a Santa Sé se pronunciou após um pedido oficial do comitê da ONU.
O organismo enviou uma série de perguntas ao Vaticano em julho de 2013, mas no fim do ano passado a Santa Sé se negou a disponibilizar documentos referentes às investigações dos casos de pedofilia.
Ao longo de sua história, o Vaticano já recebeu dezenas de denúncias de pedofilia em todo o mundo. Uma das punições aplicadas pela Santa Sé é afastar os sacerdotes envolvidos nos casos e realizar uma investigação interna. (ANSA)
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