O
deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) parece que tem uma opinião
particular sobre gays, lésbicas e índios. Em um vídeo compartilhado na
internet, o parlamentar defende em seu discurso que quilombolas, índios, gays e
lésbicas são "tudo o que não presta". A gravação foi feita em
novembro de 2013 na cidade gaúcha de Vicente Dutra, mas só agora começa a
repercutir nas redes sociais.
"Agora eu quero dizer para vocês: o mesmo governo, seu
Gilberto Carvalho, também é ministro da presidenta Dilma. É ali que estão
alinhados quilombolas, gays, lésbicas. Tudo o que não presta ali está
alinhado", disse. Luis Carlos Heinze é presidente da Frente Parlamentar da
Câmara e o deputado discursou numa audiência sobre a demarcação de terras
indígenas organizada pela Comissão de Agricultura da Casa.
Confira
o vídeo
Na ocasião e no mesmo vídeo, outro deputado, Alceu Moreira (PMDB), também do Rio Grande do Sul, defende que os produtores rurais armem-se para impedir a invasão de índios a fazendas. "Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra. Mas lhes digo: se fardem de guerreiros, e não deixem um vigarista desse dar um passo na sua propriedade. Nenhum!", afirmou. Alceu Moreira também sugere a criação de "multidões" para expulsar os invasores "do jeito que for necessário". O parlamentar indicou ainda a contratação de seguranças particulares nas fazendas. "Resolvemos os sem-terra lá em 2000, e vamos resolver os índios agora, não interessa o tempo que seja". Em nota, o PP do Rio Grande do Sul disse que não concordava com as opiniões do deputado. "O partido não compartilha de forma nenhuma com qualquer manifestação preconceituosa ou que incite a violência contra qualquer grupo. Defendemos a pluralidade e a convivência pacífica entre as pessoas, sempre respeitando suas opiniões e diferenças", diz a nota. Já o deputado Luis Carlos Heinze afirmou ao jornal Folha de S. Paulo na noite desta quarta-feira (12) que se excedeu nas declarações sobre gays e lésbicas. "Não tenho restrição nenhuma, não sou homofóbico, nada contra gays ou lésbicas. Cada um toma o rumo que quiser", disse. Ele também disse que suas opiniões não se referem a todos os índios brasileiros, mas sim aos "maus índios".
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