Concedido na terça-feria (24) pela Rainha Elizabeth 2ª, o perdão real ao matemático Alan Turing (1912-1954), condenado em 1952 por ser homossexual, “apenas porque ele foi um grande cientista muito famoso é um erro“, declarou Peter Tatchel, diretor da fundação que leva o seu nome e luta pelos direitos humanos.
Isso não porque a organização é contra a revisão póstuma da condenação do matemático que auxiliou a decodificar mensagens cifradas trocadas entre navios nazistas na 2ª Guerra Mundial e criou as bases para a criptografia e programação modernas.
Nas contas da Peter Tatchel Foundation, “pelo menos 50 mil outros homens foram condenados pela mesma lei”. “A eles nunca foi oferecido um perdão e nunca terão um”, afirmou, em comunicado.
Turing recebeu o perdão real 59 anos depois de morto, mas parte desses homens condenados por serem gays ainda podem ser agraciados com vida. “Estima-se que 15 mil homens condenados pela mesma ofensa de Alan Turing continuem vivos”, escreveu a fundação.
A homossexualidade só foi descriminada no Reino Unido em 1967.
“Um pedido de desculpa e o perdão devem ser dados a esses outros mais de 50 mil homens que foram também condenados de terem consentidas relações homossexuais durante o século vinte”, afirma a organização.
“Esses homens foram criminalizados por um comportamento que não era crime entre homens e mulheres heterossexuais.”
A fundação chega a propor um perdão em massa a todas essas pessoas. Cita como precedente para isso um perdão real concedido em 2006 a 300 soldados, que foram executados após serem considerados covardes por terem desertado da 1ª Guerra Mundial..
Fonte:G1
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