quinta-feira, 10 de outubro de 2013

NEM ATIVOS NEM PASSIVOS, 'GOUINES' SÃO GAYS QUE NÃO CURTEM PENETRAÇÃO

No mundo homossexual, há os que se dizem passivos (têm prazer ao serem penetrados), os ativos (que curtem penetrar) e os versáteis (que praticam os dois papéis na cama). Mais recentemente, tem surgido nas redes sociais e nos aplicativos de "pegação" um grupo de gays que se autodenomina de "gouine".

O termo, em francês, é usado para se referir às lésbicas e foi adotado para classificar homens que se relacionam com outros homens, mas não gostam de sexo anal –ou, simplesmente, "gouinage".
Desde o final da década passada, a prática vem sendo abordada em reportagens publicadas por revistas de temática gay na Europa. No Brasil, os primeiros grupos de "gouines" começam a se formar. Um deles está no Facebook, o Gouinage SP, que foi criado recentemente pelo autônomo Sergio Akio, 40. O espaço virtual serve para quem curte esse tipo de relação sexual conhecer seus pares.
Segundo Akio, há dificuldade para encontrar "gouines". "Não é um movimento, uma coisa passageira. A gente nasce assim. Muitos fazem, mas não dão esse nome, nem o conhecem", diz. "Sempre me senti 'gouine', desde menino. Por isso, até hoje, não tenho muitas relações".
Ao buscar referências na internet, quem sente o mesmo desejo de transar sem que haja penetração acaba trombando com a expressão francesa. Foi o caso de Akio. "Na época das comunidades do Orkut, eu procurava pelas páginas de sexo sem penetração. Achei uma e, nela, alguém postou algo com a palavra 'gouinage'. Fui atrás", conta ele.
E como os "gouines" se soltam sob os lençóis? O sexo oral é uma das práticas. Tem também o "frottage" (fricção em francês) ou a "guerra de espadas". 


Heterossexuais podem aderir
 

Apesar de a prática estar mais associada a homossexuais, os heterossexuais também podem se sentir bem transando sem que tenha penetração, diz o psiquiatra Alexandre Saadeh, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. E não tem nada de patológico. "Mesmo entre heterossexuais, essa prática pode ser adotada, não o tempo todo, mas durante parte da vida sexual de um casal".
A também psiquiatra Carmita Abdo, do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade  da mesma instituição paulistana), complementa: "Estudos populacionais que tenho coordenado sobre o comportamento sexual do brasileiro revelam que cerca de 20% das relações sexuais não têm penetração por diversas razões, inclusive por dificuldade de ereção ou de relaxamento da vagina. Mas também por opção".
Fone:UOL

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