Rudolf Brazda |
No dia 22 de março de 1933, menos de dois meses após a chegada de Hitler ao poder, foi criado nos arredores de Munique o primeiro campo de concentração da Alemanha nazista, que viria a servir de modelo para outros.
No chão de concreto de uma antiga fábrica de munições, protegidos do frio apenas por uma colcha fina, os prisioneiros passaram ali uma primeira noite até que montassem, eles próprios, suas camas e novas barracas. Quase ninguém imaginava naquele momento que Dachau se transformaria num modelo de um sistema de campos de concentração disseminados pelos nazistas nos anos que se seguiriam, tanto na Alemanha quanto em outros países da Europa.
No dia 29 de abril de 1945, as Forças Armadas americanas libertaram Dachau. Aproximadamente 15 mil prisioneiros, mesmo famintos, sobreviveram ao fim da guerra. Durante quase todos os 12 anos do "Terceiro Reich", o campo foi usado como local de tortura pelos nazistas. Cerca de 200 mil pessoas de toda a Europa foram ali confinadas. Em torno de 40 mil foram mortas – o equivalente à atual população da cidade de Dachau.
No dia em que o primeiro campo de concentração nazista
completa 80 anos é devemos lembrar dos gays assassinados durante a segunda
guerra. Entre os 10.000 gays deportados um sobreviveu e é simbolo da resistência dos "triangulos rosa" nestes tempos de intolerância religiosa e de figuras nefastas como Marco Feliciano e Jair Bolsonaro.
Conheça a história de Rudolf Brazda que se descobriu homossexual muito jovem. Antes dos 10 anos de idade, seus amigos já comentavam que era afeminado. Quando adolescente, mostrou ser um verdadeiro pé de valsa. As garotas disputavam entre si para ser seu par na pista de dança. Não eram poucas as vezes em que elas tentavam ir mais longe, mas ele não correspondia. Estava claro que preferia os garotos. Filho de pais checos, livres de qualquer tipo de preconceito.
Brazda não teve problemas ao levar seu primeiro grande amor para conhecê-los. Manteve um relacionamento sério com Werner de 1933 a 1936, quando o companheiro foi convocado para o serviço militar. Eles não se veriam mais. Depois dele, porém, vieram outros amores.
Mais um triângulo rosa - Em 8 de agosto de 1942, Brazda foi mandado para o campo de Buchenwald. Identificado com o símbolo de um triângulo rosa, afixado em sua roupa, Brazda era apenas mais um entre os 10.000 gays deportados para campos de concentração durante a II Guerra. Durante três anos, vivenciou todo tipo de atrocidade. A humilhação começava logo que os prisioneiros chegavam ao local, pois todos eram despidos para inspeção. Brazda, particularmente, ainda participou de uma briga feia com um SS. Levou um tapa no rosto depois de ter lhe respondido de maneira insolente e perdeu três dentes.
Brazda foi libertado em 11 de abril de 1945, quando fixou residência na França.
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