Milhares de partidários do " casamento para todos" saíram às ruas de Paris neste domingo (27), dois dias antes da Assembleia Legislativa começar a debater um projeto de lei governamental legalizando o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
"Anunciaram uma chuva para esta tarde, mas até o sol está conosco", disse uma jovem, Chloé, de 28 anos, que participava da manifestação envolvida em uma bandeira com as cores do arco-íris. "Eu não sou gay, mas minhas melhores amigas são, e quero demonstrar minha solidariedade", afirmou.
No protesto, que começou na Praça Denfert Rochereau, ao sul da capital, e que se dirige à cêntrica Praça da Bastilha, os manifestantes agitavam cartazes onde se lia "Eu milito pelos direitos de todos", "Pela igualdade agora" e "Mais vale um casamento gay que um triste".
"Eu não ia vir, mas ao ver a manifestação de duas semanas atrás e ouvir tantos comentários horríveis, cheios de preconceito, e até de ódio, senti que tinha que estar hoje aqui", disse um jovem que se apresentou apenas como Joss.
O protesto deste domingo certamente será comparado à grande mobilização dos opositores ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, que foi apoiada pelo principal partido da oposição de direita, a União por um Movimento Popular (UMP), pela Igreja Católica e pela comunidade muçulmana na França, que chega a 5 milhões de pessoas.
Os partidários do casamento e da adoção para todos tentaram esclarecer que o objetivo da manifestação deste domingo, realizada sob o slogan "igualdade para todos", não é superar os números da mobilização dos opositores ao projeto, que reuniu 800 mil pessoas, segundo os organizadores, e 340 mil, de acordo com a polícia.
O que buscam, segundo os organizadores da marcha, é superar os números da manifestação em apoio ao projeto que ocorreu em meados de dezembro, e que reuniu cerca de 80 mil pessoas.
O governo do presidente socialista francês, François Hollande, também saiu na frente de qualquer polêmica sobre os números, indicando que o projeto do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da adoção por LGBTs será decidido na Assembleia Nacional, e não nas ruas da França.
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