segunda-feira, 16 de agosto de 2010

70 MIL PESSOAS NA PARADA GAY DE JUIZ DE FORA

A 8ª Parada do Orgulho Gay de Juiz de Fora, realizada no último sábado, 14, foi um exemplo de superação das adversidades. Houve falta de trio-elétrico, o que gerou duas horas de atraso na saída, por volta das 16h, mas isso não impediu que a cidade comemorasse os 10 anos da Lei Rosa (anti-homofobia) e desse continuidade à programação do Rainbow Fest, que incluía ainda o Miss Brasil Gay e muitas festas.
Segundo a Polícia Militar, 70 mil pessoas foram às ruas da cidade mineira. Já a organização fala em 120 mil. O fervo começou logo cedo, por volta do meio-dia, quando o Largo do Riachuelo começou a ficar mais colorido com as pencas de montadas e montados para a Parada.
Enquanto os trios não começavam a bombar a música, um som improvisado na loja de equipamentos eletrônicos São Roque quebrava o galho da galera, que já quase fechava a Avenida Rio Branco dançando, bebendo e beijando. Por problemas técnicos, dois dos cinco trios programados não participaram da festa – fazendo com que a equipe do Movimento Gay de Minas (MGM), organizador da manifestação – improvisasse um som para o povo.
Chamou atenção a faixa do primeiro trio, que dizia: “Yo quiero casarme. Voy a La Argentina”, uma forma de destacar a necessidade do reconhecimento dos direitos civis dos LGBT, fazendo coro com o tema “Vote Contra a Homofobia”. “A parada tem que ser avaliada por essa mensagem, queremos que as pessoas olhem para aqueles candidatos que têm ações de combate ao preconceito”, explica Oswaldo Braga, da diretoria do MGM.
E o clima ajudou bastante também. Um São Pedro friendly garantiu um céu aberto com sol até por volta das 17h, quando uma pequena onda de frio tomou conta da cidade e derrubou o termômetro a quase 12 graus.
Uma novidade neste ano foi o trajeto, que percorreu a Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade, entre a Avenida dos Andradas e a Avenida Independência. A pedido da PM, a Parada não desceu a Independência – não terminando na Praça Antônio Carlos, onde com o término da caminhada o clima não ficava dos melhores e a polícia tinha bastante trabalho.
Mas mesmo assim, a Parada de Juiz de Fora ainda, infelizmente, registra várias brigas e episódios de roubos e furtos. Fruto de um evento que nasceu do movimento gay, mas ganhou adeptos de todas as orientações sexuais, ainda bem, mas ao mesmo tempo trouxe também junto várias pessoas que não entendem o objetivo da festa. Em sua maioria, homens heterossexuais que vão à caminhada atraídos pelas meninas simpatizantes - ocupando o espaço democrático de forma nada pacífica e educada.
Neste ano, um assassinato foi registrado na concentração do evento. 17 pessoas foram detidas pela polícia, que informou que se trata de uma briga entre gangues, descartando qualquer motivação homofóbica.
Mix Brasil

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