Um dia depois de centenas de pessoas protestarem em frente ao congresso da Argentina contra a legalização do casamento gay, o Senado argentino está votando nesta quarta-feira a proposta que autoriza a união de pessoas do mesmo sexo. O projeto de lei que inclui o matrimônio homossexual no Código Civil já foi aprovado na Câmara, e a presidente argentina, Cristina Kirchner, já disse que não vai vetá-lo. Segundo o jornal argentino "La Nacíon", a lei contaria com uma maioria favorável no Senado, mas a vantagem sobre os que se opõem à medida é pequena.
O texto também poderá sofrer mudanças, como a eliminação da palavra "matrimônio", que seria substituída por "união familiar igualitária". O "La Nación" afirma que o governo Kirchner transformou o debate nacional sobre a lei em uma briga política com a cúpula do Episcopado argentino, e espera conseguir os votos necessários para sua aprovação. Alvo de forte oposição da Igreja Católica e de parte da população do país, a medida abriria caminho para adoção de crianças por casais homossexuais. Os manifestantes que protestaram contra a lei na terça-feira usavam como slogan a frase "as crianças têm direito a uma mãe e um pai". Na terça-feira, também houve manifestação a favor da lei. Cerca de mil pessoas se concentraram em frente ao obelisco de Buenos Aires pedindo sua aprovação.
Enquanto os ortodoxos cristãos eram contrários ao casamento gay na manifestação em frente ao Congresso argentino, os militantes LGBT e os simpatizantes ocuparam a região do Obelisco para protestarem contra os heterossexuais intolerantes e a favor do casamento civil homoafetivo. Por volta das 19h30, uma hora antes do previsto, os LGBT e simpatizantes começaram a fazer um grade barulho com buzinas, vuvuzelas, tambores improvisados, para chamar a atenção dos senadores para aprovarem a lei do casamento homossexual.
Aprovada pelo Congresso no dia 05 de maio, com 125 votos favoráveis e 109 contra, a lei que modifica o Código Civil altera a expressão de "marido e mulher" por "cônjuges". Assim os homossexuais podem se casar. Além disso, as alterações preveem direitos iguais aos dos casais heterossexuais, como a adoção, herança e benefícios sociais.
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