Os organizadores da 14ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros) de São Paulo esperam reunir no dia 6 de junho 3,2 milhões de pessoas na avenida Paulista. O público poderá acompanhar mais de 20 trios elétricos ao longo de 3,5 km. Assim como o tradicional Carnaval, a festa é preparada ao longo de um ano.
"Ficamos um ano preparando o evento. É um pouco pior do que (a organização do) Carnaval. Pelo menos o Carnaval se divide em várias escolas de samba. Aqui a organização é única", afirmou o coordenador-geral do mês do orgulho LGBT de São Paulo, Manoel Zanini.
Com o tema "Vote Contra a Homofobia: Defenda a Cidadania!", os organizadores querem promover um debate sobre a importância de eleger políticos comprometidos com o respeito à diversidade.
Segundo Zanini, o grupo LGBT conseguiu muitos reconhecimentos jurídicos ao longo desses 14 anos de Parada, mas ainda não atingiu nenhum direito constitucional. "O que mais precisamos é da criminalização da homofobia", disse ele, que acredita que essa realidade não esteja tão distante. "O que falta no Brasil para que isso seja aprovado é não eleger candidatos a cargos públicos que não reconheçam a igualdade de direitos."
A concepção da parada, segundo o coordenador-geral, é orientada por questões como os acontecimentos homofóbicos, que ocorrem ao longo do ano. "Gostaria que nada acontecesse, que não tivesse motivo algum, mas a realidade não é essa", disse.
Zanini afirmou que a cultura da população mudou consideravelmente ao longo desses 14 anos de evento. "Todos os que foram na primeira parada tinham receio de como seriam recebidos - se seriam agredidos verbalmente ou se teriam rejeição. Isso foi uma tensão que durou todo o tempo antes da Parada. Hoje, muita gente acorda de manhã, toma café, toma banho, pega o metrô e vai para o evento. Isso é uma imensa diferença", afirmou.
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