quarta-feira, 30 de julho de 2008

Skinheads agridem jovens gays em Sto André; Polícia Civil se recusa a fazer B.O


No último sábado (26/07) a entrada do Shopping ABC foi palco de um massacre homofóbico. Por volta das 22h um grupo com aproximadamente 60 pessoas chegou ao local onde se reúnem, em média, 300 pessoas (entre gays, emos, travestis e transexuais) todos os finais de semana, e começaram a espancar quem estivesse por lá. P. transexual e professora que estava na hora do ocorrido conta o ocorrido. "Foi um massacre! Quem esteve lá não vai esquecer. Eles batiam em todo mundo sem dó, cercavam, jogavam no chão, pisavam. Muitas pessoas correram para dentro do shopping, mas alguns seguranças sem entender o que estava acontecendo colocavam pra fora".
K., um adolescente que também esteve na noite do ataque homofóbico també, relata o que viu, "olha, eu cheguei pra encontrar os meus amigos por volta das 19h. Aí ficamos lá conversando. Por volta das 21h/22h chegou do nada um monte de cara e começou a bater em todo mundo. Nessa hora corremos pro shopping e os seguranças nos avisaram que só poderíamos ficar até a última sessão de cinema. Ligamos para uma amiga nossa e pedimos que ela nos fosse buscar". Sobre os agressores P. e K. dão testemunhos semelhantes e afirmam que havia uma junção de punks, carecas e rappers.
Na hora de ir embora havia um garoto imóvel, a polícia chegou e colocou esse menino na ambulância e só. Eles não fizeram mais nada. Isso não foi a primeira vez que aconteceu. Estamos assustados e não pretendemos voltar lá", afirma K. A professora transexual P. conta mais sobre a cena, "na hora em que todo mundo saiu correndo foi um horror, teve gente que foi pisoteada. Os agressores gritavam 'quem for gay vai apanhar'. Teve um garoto que foi se esconder na passarela que tem perto do shopping, mas lá tinha gente do bando. Bateram tanto nesse menino, ele foi duramente espancado. Agora ninguém mais vai lá. Eu mesma vou direto do meu trabalho para a minha casa".
A vereadora de Santo André, Heleni Paiva, do PDT, que acompanha a história de perto esclarece a história da ausência de B.O. "Há dois problemas: eles são muitos jovens, alguns pais se recusam a deixá-los fazer o boletim de ocorrência e outros ainda têm medo de expor dessa maneira. O segundo problema é que a Polícia Civil se recusou a fazer B.O desses jovens, disse que eles não são vítimas. Como assim? Essas ameaças podem se concretizar, então eles são vítimas". Heleni esteve na última segunda-feira (28/07) com alguns jovens agredidos, na Câmara Municipal de Santo André. Ela adiantou também que a Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo vai pedir explicação ao delegado civil da cidade sobre a recusa de receber os boletins de ocorrência e também fará uma moção de repúdio por conta disso.

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